quarta-feira, agosto 22, 2007

Não sei como chamar esse post

Escrevendo no trabalho, pra tentar postar daqui (de um proxy, porque aqui no trabalho não acessa nada que contenha a palavra 'blog') ou da faculdade, quando chegar lá. Ou de casa, caso eu queira ir à aula mesmo e não possa ir até o laboratório postar. Enfim.

Hoje eu decidi que será meu dia de folga. Sim, tenho trabalho a fazer; é uma tradução do Francês, Titi et Grosminet, ou seja, Piu-piu e Frajola, uma revista de atividades; challenging. Mas minha chefe legal (mesmo, sem ironia) setou o prazo pra segunda ou terça, e mesmo sendo Francês (não manjo muito), em um dia de trabalho intenso eu termino. E como tenho trabalhado como louca, sem tempo pra porra nenhuma, decidi que hoje não cansaria minha cabecinha no trampo, a não ser que for realmente necessário (emergências e coisas de última hora aparecem aqui a todo momento. Thrilling.)

Logo, passarei o dia escrevendo e resolvi começar pelo blog, porque tive muitas idéias de coisas pra comentar aqui. Primeiro, gostaria de informar aos fiéis leitores que minha câmera está de volta. Sim, ela foi consertada sem nenhum custo adicional (ok, paguei o sedex até a assistência técnica, ida e volta, mas nada é perfeito). Não deu tempo de utilizá-la muito (OH NO NO KIDDING! Eu? Sem tempo? Bah!), mas liguei e ela tava funcionando. E desliguei e liguei e ela tava funcionando. Bom sinal, eu acho.

Ontem, no trem, um senhor caiu no vão. Acontece quase sempre, na realidade. Sabem, eu não ligo de pegar trem. Me divirto astante, prestando atenção nas pessoas completamente diferentes que passam por ele, as vezes pegando trechos de conversa curiosos, as vezes participando de papos animados com velhinhos empolgados. O que fode em pegar trem é que é muito lotado. E as pessoas literalmente matam pra conseguir um assento, porque enfim, derrubam pessoas no gap entre o trem e a plataforma, e indiretamente isso é matar, não? Quer dizer, se não tiverem outros pra tirar a pessoa de lá (sempre tem quem puxa, claro, as pessoas não são tão ruins assim), ela morreria, em tese, pq o trem partiria e ela estaria ali... enfim. É muito cheio pra embarcar e pra sair do trem; é muito cheio dentro do trem, e ele não tem janelas (NÃO!), e as vezes o maquinista sádico não liga a ventilação, e tá 13 graus lá fora mas dentro do trem tá 32, um cheiro nojento que parece de Cheetos. Não sei se alguém pega trem, mas o trem que eu pego todo dia em Santo André tem um cheiro permanente de Cheetos. E não é uma piada. Eu odeio Cheetos, à propóstio. Sempre odiei, mesmo antes de conhecer o trem que fedia como ele.

Aí, no trem, tinha uma mulher lendo O Segredo. A tal lei da atração. A essa altura todo mundo sabe do que se trata. Acho que falei disso no tópico anterior né? Não lembro. Bom, então vou dar uma pincelada: tipo, esse negócio de lei da atração não é novidade pra mim, na verdade até esse negócio estourar eu achava que era óbvio pras pessoas que pensamentos bons atraem coisas boas. Mas não é, me parece, é que na minha casa e na minha criação sempre foi tão natural pensar assim que eu achei que fosse óbvio. É que minha mãe é budista e isso é bastante parecido com alguns princípios do budismo.

Bom, a mulher tava lendo, sabe? E eu ando muito sentimental. Tava na TPM semana passada, ai chorei por um monte de coisas estúpidas, mas de fato não estou mais na TPM, e continuo chorando. Acho que só estou mais sensível. Tipo, permanentemente. Tem umas coisas que tem me emocionado, geralmente relacionadas ao fato desse país não dar condições pras pessoas viverem com dignidade. Então a mulher estar lendo o livro me afetou bastante, tanto quanto ver uma filha gigantesca todos os dias na lotérica pra mega-sena ou ver um monte estranho de um cobertor tosco na calçada muito suja da barra funda e descobrir que tinha alguém embaixo dele. Ver que essas pessoas tão desesperadas, que elas ainda sonham sair dessa merda (o caso da lotérica e da mulher lendo O Segredo), e saber que delas, quase ninguém vai conseguir. Se alguém conseguir.

Eu vejo muita coisa por aí. Muita coisa fotografável, quero dizer. Mas não tenho coragem de tirar foto de desgraça. Sabe porque? Porque a impressão que me dá é que aquilo é sadismo... é tipo falta de respeito. Teria dado uma foto maravilhosa (merda, que ironia) o senhor infeliz dormindo entre o lixo que eu vi hoje na calçada. A câmera tava na mochila e eu hesitei, quase peguei. Mas não consegui. Seria como... como dizer que estou vendo e não estou fazendo nada. Se eu tirar a foto, fica impossível ser indiferente sabe? Porque ali está a prova que eu vi e inclusive me comoveu, pq eu registrei. Mas porque, então, não fiz nada a respeito? Então talvez por isso eu não tire as fotos. Sou uma hipócrita.

É um comportamente absolutamente imaturo, se me perguntarem. Mas não sei se é exatamente isso que me incomoda sobre tirar fotos dessas situações, é só como eu avalio o incômodo que sinto, a sensação de voyeur cruel. Tenho admiração (mesmo) pelos fotógrafos profissionais, que conseguem afastar esses conceitos e fazer fotos de coisas muuuito piores.

Falando em imaturidade, quando eu era menor, achava que eu viraria adulta quando dirigisse e tivesse vários cartões na carteira. Pessoal, venho comunicar que essa data chegou. Adquiri minha carteira de motorista em fevereiro e atualmente já acumulo uma bagagem razoável de trânsito, além do que meus cartões atingiram uma quantidade satisfatória, equivalente a um adulto de verdade, daquele sérios e bem-sucedidos.

Ah, se fosse tão fácil. 19 anos; trabalho, estudo, pago algumas das minhas contas. Compro minhas próprias coisas; nos dias dos pais e das mães, vou lá e compro presente no cartão de crédito, divido em 5 sem juros e fico feliz. Se preciso sair e o carro está disponível, pego a chave e vou. Aviso minha mãe aonde vou e com quem vou por respeito, mas ela jamais faz objeção. Me interesso por parceiros (do sexo oposto, no caso) e me relaciono (ou não, às vezes) com eles. É isso que é ser adulta né? Falta alguma coisa? Porque o tempo todo eu me sinto no auge (auge!) da minha adolescência. E às vezes me sinto bem criança. Parafraseando JK Rowling, I have the emotional range of a teaspoon. Tipo, sou mto boa pra entender as pessoas e a maneira como elas se sentem quando estão ao redor de mim; mas, se eu estiver no meio, é uma desgraça. Pareço uma menina de 13 quando se trata da arte da conquista. E nem é nisso que eu me sinto mais criança, não. Tem muitas situações.



Fico por aqui! Parece que me empolguei, hoje. Espero que o texto esteja, tipo, divertido o suficiente pra chegar até aqui. Eu ia falar do meu celular novo, de como passei de uma caipira pra uma tec freak, mas dane-se, guardo pro próximo post. Também ia falar de como me entristece abrir minha caixa de e-mails e não ver nenhum novo, quero dizer, nenhum novo pra mim, mesmo. Daqueles que um amigo escreve pra contar merdas ou falar as novidades. Adoro esses emails. Eles vêm, às vezes, mas queria mais freqüência. Sou carente. Viram como sou imatura emocionalmente?

De qualquer forma, me mandem emails legaizinhos. Minha TPM agradece! Ah, preciso falar também da TPM, no próximo post. Só uma prévia: chorei como uma louca, no trem, diante da constatação que minha vida era muito ruim, e no fim do dia, saindo do trabalho, chorei de alegria porque o random do MP3 começou a tocar a música que eu adoro do Tokyo Police Club. Semana que vem tem mais.

Ana Paula Freitas at 9:52 PM


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