segunda-feira, maio 22, 2006

Back to Kerouac

Uma vez um menino da minha sala, que tem um blog muito legal do qual eu não lembro o endereço, disse que escrever em blog era viciante. Eu tenho blog há muuuuito tempo mas nunca provei do real vício de escrever nele até.. até esses dias. A minha vida segue mas eu sinto um vazio de repente. E aí percebo que é porque o blog está a dois, três dias sem atualizar.

Mas eu não costumo vir escrever aqui a não ser que eu tenha uma boa idéia, uma que dê pra desenvolver pelo menos umas 20 linhas. Acho razoável postar algo que seja interessante, se não pros outros, pra mim. É uma espécie de fetiche mas eu acho delicioso ler textos antigos do blog.

Então cá estava eu, na redação, com o trabalho escasso - leia-se, um daqueles dias estranhos de uma estagiária onde simplesmente não há nada pra fazer. Li o jornal de hoje e abri o livro que comprei ontem, On The Road. Mas não consegui ler. O blog não estava atualizado.

O próximo passo era arrumar um assunto. Mas não funciona assim comigo; eu simplesmente vejo as coisas acontecendo e penso que elas dariam um bom texto, de alguma maneira, e não consigo pensar do nada em alguma situação pra escrever. Voltei ao Kerouac e por algum motivo lembrei de uma frase que li, há uns 3 meses, numa matéria interessantíssima do JT. Flava dos nerds, o que eles são, como eles são, essas coisas. Eu sempre desconfiei que era nerd. Meus amigos me zuavam na época do colégio porque eu costumava ir bem em tudo - isso tornou-se uma inverdade já no ensino médio. Mas não nerd desse tipo. Eu sempre me senti uma espécie de nerd, contudo sem saber explicar porque. A matéria do JT esclareceu que nerd é "qualquer um que se interesse o suficiente por algo a ponto de ler (muito) sobre isso, escrever sobre isso, discutir isso periodicamente com um grupo de pessoas igualmente nerds e que até chega ao extremo de criar um site sobre isso". As palavras não eram exatamente essa, claro.

Feliz ou infelizmente, tive a comprovação final da minha desconfiança. Uma vez, numa dessas noites das quais eu me envergonho parcialmente, surge um cara (sim, sempre que a gente está louco surgem caras mais loucos pra nos provarem que sempre se pode ir mais longe) e diz que todos nós somos, no fundo, nerds. Um amigo meu, chapado de maconha, começou a divagar sobre a cota nerd que é inerente a todo ser humano e eu emendei algumas bobagens sobre "altas e quedas na cota nerd", ao mesmo estilo das quedas e subidas das cotas na BOVESPA, aquelas coisas de economiquês.

Não formei uma conclusão sobre a discussão do nerdismo, me perdoem. Voltando ao início do texto, resolvi divagar sobre a falta de assunto que paira ao meu redor. Sempre achei o maior clichê do mundo escrever um texto sobre a falta de assunto para esse texto. Se você souber usar as palavras e for um daqueles caras cujo texto a gente devora, até se torna algo interessante. E com sorte, de todas as pessoas que lerem seu texto, vai ter alguém que nunca viu esse tipo de recurso em nenhum outro lugar e que portanto vai achar sua idéia brilhante e criativa. É o recurso mais batido de metalinguística do mundo inteiro, mas às vezes funciona. A coluna do Carlos Heitor Cony na Folha de hoje faz exatamente isso. Se formos falar só da parte monetária, diríamos que o valor do espaço que o Carlos Heitor Cony tem na Folha é enorme - sem contar os outros tipos de valores que uma coluna no maior jornal do país traz. E aí o cara usa as linhas dele pra dizer que ele não conseguiu achar um assunto pra escrever lá. Acho que um dos trabalhos dele é esse, não é? Não tô criticando o cara, normalmente gosto muito do que ele escreve. Mas é que achei a maior ironia do mundo, quero dizer, eu me criticando porque ia usar o maior clichê do mundo aqui pra preencher espaço, e abro a Folha de hoje e ele resolveu fazer primeiro.

Afora tudo isso - ficou meio confuso - tive um fim de semana vazio. No sábado, fà festa da minha prima, que completava um ano. Lá, me deparei com aqueles patéticas cenas que só acontecem quando a família se reúne e com os meus incríveis primos mais novos. Tenho alguns primos que são verdadeiramente interessantes. Crianças normalmente são, de maneira geral.

No Domingo, comprei um all-star branco, que carrega toda uma simbologia paralela, é claro. Precisava de um tênis novo, já que o que eu costumava usar já apresentava furos em boa parte de sua "extensão". All-stars sempre resolvem esse tipo de problema: são bonitos, baratos e carregam uma aura toda "moderna e rebelde e alternativa" e isso certamente é importante pra uma estudante de Jornalismo que está tentanto buscar seu lugar.. no mundo. Ou algo assim.

Enfim. Acho que vamos (eu e vocês) ganhar mais se eu voltar para o Kerouac.

Ana Paula Freitas at 6:21 PM


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quinta-feira, maio 18, 2006

I could be another clone..

Depois de um post vagabundo na segunda, no qual eu poderia sim ter escrito mais não fosse o pânico ter me impedido, volto aqui com coisas realmente relevantes (pra mim ao menos) pra postar.

Nunca achei que medo fosse palpável de alguma maneira. Quando saí de casa na segunda, ainda não sabia da onda de boatos que corriam. Estava "virgem" daquele fenômeno bizarro de milhões de informações desencontradas. E vocês podem não acreditar, mas senti algo meio estranho no ar mesmo assim. Até cheguei aqui na redação comentando. Mas não tem outra palavra, a sensação de pavor era tão grande que o ar pesado, era possível sentir, de uma forma meio estranha, mas todo mundo que já viveu uma situação parecida sabe ao que me refiro então não vou me alongar por aqui. Só acho que nunca vivi nada parecido, nunca achei que viveria nada parecido. E o fenômeno da boataria, que eu pude presenciar ontem durante a última aula (celulares tocando sem parar, cada mãe desesperada com uma história diferente e evidentemente, infundada - rimou) me surpreendeu.

Ah, a desprezível e superficial classe média brasileira. Não é o tipo de coisa que eu gosto de assumir, sou politicamente correta pra essa coisa de preconceito, mas.. Não é pré-conceito, vejam bem. Odeio superficialidades. Pessoas que escolhem ser ignorantes. Elas não são ignorantes por falta de opção ou de oportunidade; são ignorantes porque, bem, porque nunca acharam conveniente serem um pouquinho mais.. elevadas. São cegas, não enchergam profundamente as coisas e também em seus sentimentos e pensamento e opiniões não são profundas, são rasas. Não são complexas, nem difíceis de entender, nem tem coisas incríveis pelas quais a gente se apaixone. São só average people. Não porque não podem ser acima da média; mas porque não querem.

Eu nunca li um livro inteiro do Nietzsche, só comecei e nunca terminei, ou li contos ou trechos avulsos - mesma coisa com o Dostoiévski. Por falta de vergonha na cara, diga-se. Porque eu sempre tive vontade de ler. É o tipo de coisa que você lê e logo depois que leu coloca no Orkut que você leu, porque dá a entender que você é culto. Tenho um amigo que me zoa por causa disso. Eu não tenho essa pretensão de parecer culta ou algo assim, mas ele ironiza muito porque eu gosto de conversar sobre livros dos quais ele não gosta e de outras coisas que ele acha chatas. De qualquer maneira, eu dou risada com ele porque ele é um dos amigos mais legais que eu já pude arranjar e de, alguma maneira, ele está certo.

Voltando ao Nietzsche, o Marcelo, meu incrível professor de filosofia (I have a couple of incredible teachers, mind you), chegou a mencionar bem rapidamente na sala de aula que Nietzche costumava dizer que o conhecimento é para os fracos, que surge da fraqueza. Vou colocar aqui da mesma maneira que ele colou. Lá, nos primórdios da civilização, os homens eram nômades. Porque os recursos acabavam e eles simplesmente não sabiam como renovar os recursos, então eles esgotavam uma região e partiam pra outra. Só que isso era uma constante e as regiões que proviam recursos para a sobrevivência foram acabando. Então os mais fortes iam pra essas regiões e os mais fracos eram expulsos por eles. E então os mais fracos tiveram que desenvolver o conhecimento necessário pra não precisar migrar, ou seja, pra renovar os recursos da área onde eles estejam. Aí surgiram as primeiras formas de agricultura.

Esse negócio de que o conhecimento só surge porque existe alguém que é de alguma forma fraco e ele, oprimido pelo cara forte, tente compensar sua fraqueza com o conhecimento, se aplica ainda hoje na maioria dos cenários sociais. Look around.

Corduroy é, sem dúvida um hino de libertação. Não é curioso como você pode ouvir uma música, a mesma música, durante anos, e um dia você acordar e ouvir essa música e por algum motivo, a partir dali, ela assume uma outra significação bem diferente e mais.. intensa?

Considerando que o post de hoje foi absolutamente homogêneo e ironicamente superficial, porque tocou de leve um monte de assuntos mas não aprofundou-se neles como eu deveria ter feito - oh, eu ainda o estou escrevendo, posso mudar isso, não posso? Quero dizer, sem fatalismos, não é o fim e eu ainda posso mudar. Ainda posso tornar esse post algo do que me orgulhar. E o melhor, ao contrário da vida, que infelizmente te força a ser muito mais imediato, esse post permite que você o edite depois. Você pode terminar e depois acrescentar outras coisas amanhã ou depois.

Ahn sim, me perdi. Chama-se digressão, o pioneiro nesse tipo de linguagem meio diferente foi Machado de Assis. Droga, de novo. Então, considerando que o post de hoje foi absolutamente homogêneo e ironicamente superficial, finalizo com a frase da semana: corra que a polícia vem aí.

Ana Paula Freitas at 4:24 PM


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segunda-feira, maio 15, 2006

Cya

Nunca pensei que acompanharia tão de perto algo tão próximo de uma guerra. Não sei se foi impressão minha mas eu senti as ruas mais vazias e um clima tenso; as pessoas andando rápido, com feições apreensivas...

Tem muita coisa pra falar mas não posso porque to na faculdade e eles tão fechando o campus, tão evacuando.. Bom, sei lá. To me sentindo no Iraque.

Ana Paula Freitas at 2:19 PM


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quinta-feira, maio 11, 2006

Reading through my veings

Aqui na redação, minha mesa fica num ângulo meio desgraçado em relação à porta. A porta, de vidro, é daquelas que tem mecanismo de fechar “sozinha” se você soltá-la – mas ela nunca fecha totalmente, fica sempre uma fresta, pela qual entra um vento cortante que se dirige exatamente a todo o lado direito do meu corpo. Na porta da redação tem uma folha de papel escrito “mantenha a porta fechada”, mas parece que ninguém lê ou pensa que “fechada” significa “com uma fresta”. E muita gente entra e sai daqui, e eu não posso ficar falando pra todo mundo “fecha a porta, por favor!”, senão eu saio como louca. Então eu falo isso só praqueles dos quais eu sou mais “íntima”, mas normalmente eu levanto MUITAS VEZES por dia pra encostar a porta que será a aberta novamente em não menos que 5 minutos – e a pessoa a entrar fará menção de permitir que o irritante filete de ar continue entrando pela porta entreaberta. Esse problema só se tornou realmente sério com a recente queda de temperatura aqui na região – estamos na época de frio, quando faz um solzinho insosso com vento pela manhã, o dia é irritantemente seco – não chove – e a noite tem um frio pesado, chato, daqueles em que você precisa de toucas e cachecóis de lã e que uma calça jeans não mantém suas pernas aquecidas.

Esse frio, hoje, me fez lembrar que deve fazer um pouco mais de frio nos países que ficam mais pra cima. E me fez lembrar da minha tão desejada e cada vez mais próxima viagem. Eu, uma pessoa que nunca teve nenhuma característica sovina; eu que nunca consegui guardar dinheiro pra nada que fosse daqui um mês, quem diria pra 4 anos; eu que sempre fui da seguinte filosofia: “sobrou dinheiro, então gastemos”, estou conseguindo guardar dinheiro pra viajar assim que eu juntar dinheiro suficiente E tiver terminado a faculdade. Parece que a coisa é séria e nem o meu consciente se deu conta. Tive entrando nuns sites de intercâmbios, daqueles cursos que você passa um mês estudando a língua no lugar, e tive a agradável surpresa: eles são bem mais baratos do que eu imaginava. Lógico que a minha intenção, quanto à viagem é ir trabalhar na Europa; mas uma “prévia” - um mês aprendendo inglês britânico – não seria nada mau. Eu, como uma bela adolescente da feliz classe média brasileira que sou, já informei minha também abastada mãe dos meus planos (leia-se: “mãe, olha o preços desses cursos, um mês de aula com tudo incluso, acho que você pode pagar, não?) e ela mostrou-se.. hum, receptiva. Disse-me que há possibilidade no próximo ano ou no outro. E hoje eu entrei no site da 89 FM e deixei minha contrivuição pra uma promoção que me levará Londres, para assistir ao Reading Festival na Inglaterra (Cujo line-up causa espasmos só pela leitura):



O mais estranho é a maneira como eu imagino minha viagem. Quando penso dela (no futuro), ela vem à minha cabeça como minha redenção final e ao mesmo tempo o verdadeiro início da minha vida. É como se eu sentisse que aqui não é meu lugar, que eu fui feita pra conhecer os outros lugares e que eu sei disso. Então quando eu imagino esse “conhecer outros lugares” eu sinto claramente que é meu objetivo final e ao mesmo tempo inicial. É pra onde eu vou e de onde eu venho, como se eu fosse.. “concebida”, desde sempre, pra estar ali, e a partir dali sim as coisas começasse de verdade. Como se até lá as coisas não fossem de verdade.. Não sei explicar.

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Assisti ontem ao show do PJ no David Letterman e foi incrível relembrar das coisas incríveis que aconteceram entre os dias 29/11 e 4/12 de 2005. O triste é que é uma nostalgia que dói até certo ponto, porque foi tudo tão legal que fico excepcionalmente triste em pensar que acabou. Vê-los entrando no palco, não há nada como ver o Eddie entrar, com a feição austera, pelo fundo do palco e acenar levemente com a cabeça, o público uivando de êxtase, com o cigarro na mão direita e a garrafa de vinho e o caderno com a capa marmorizada na esquerda. Dizendo G’night, ele dizia G’evening nos shows da Europa de 2000, e pegando a guitarra – normalmente o Eddie toca guitarra em todas as canções que abrem os shows. Mas é mais legal quando ele não toca guitarra porque é muito mais divertido observá-lo com aqueles trejeitos segurando o microfone, e se apoiando no suporte do mic e batendo o pé, ou jogando pra trás, ou rodando o mic no fio. São tantos anos de DVDs e de VCDs que quando eu fui ao show parecia que eu sabia exatamente o que ele fariam em seguida, eu conheço os trejeitos dos membros da banda como se eu convivesse com eles. O que dá certo medo mas é legal, principalmente quando você encontra outra pessoa que também conhece os caras nesse nível e começa a discutir com ela sobre tudo aquilo que você observa e percebe que ela observa também. Acho injusto não citar Mr. McCready aqui, o cara que pula, e gira o braço, e aponta, e entre essas coisas joga palhetas pra você. Aí ele canta, fecha o olho e pula, e quando você canta, ele olha pra você e fica rindo, ele também ri quando percebe que você erra. E você ri dele e ele ri junto quando ele canta errado. E quando você chama a atenção dele ele aponta pra você. E são 80.000 pessoas na mesma vibração, e você de repente se dá conta que o Vedder tem todas nã mão. Que se ele disse “tirem a roupa”, as pessoas vão começar a tirar. E quando chega o fim, com Yellow Ledbetter, você chora, ao mesmo tempo de euforia e de saudade precipitada porque você sabe que chegou ao fim. Eu não gosto nem de olhar o pandeiro nem a palheta nem os ingressos nem a pulseira nem nada. Porque tudo isso me faz lembrar que acabou e que foi tão rápido que eu fico profundamente deprimida.Ontem também assisti a eles no Jools Holland, maldito o sotaque daquele inglês, parecia falar árabe. E os vi se assistindo em 1990, impagável, é claro, a risadinha do Eddie no “Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah” depois do refrão de Alive.
Só pra finalizar o papo sobre Pearl Jam, a letra de Come Back, uma das canções novas, é incrível. O eu lírico fala de alguém amado que se foi - mas não que eles terminaram ou algo assim. A pessoa foi por que teve que ir, algo que não pode ser controlado - morte, talvez. E tem um trecho que expressa uma agonia tão bonita, "Please say that if you haven't gone now, I wouldn't have lost you another way", quer dizer, como se a consciência de que ele não seria deixado caso não fosse inevitável trouxesse algum tipo de alívio, algo meio desesperado mesmo. E depois "And in the night, I've been waiting for the real possibility that I may meet you my dreams". Muito muito muito triste.

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Retiro em parte meu post anterior. Não dá pra ter tudo, é claro; eu posso ter desperdiçado ótimas chances de ter amigos mas elas foram minoria, considerando o número absurdamente maior de gente que eu efetivamente conheci. E você pode ter um monte de amigos, e gostar deles, mas não pode compará-los no tipo de amizade que você tem com eles. Acho que os amigos que suprem todos os tipos de necessidade são raros. Nunca encontrei nenhum que fosse assim, a pessoa para todas as horas. TODAS. Mesmo. Cada amigo tem sua especialidade. Se a gente souber reconhecer isso vai ter um montão de amigos legais.

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Desejem-me sorte. Quem sabe eu não vou pro Reading?

Ana Paula Freitas at 6:30 PM


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domingo, maio 07, 2006

Cigarrette Smoking

Você estuda 3 anos com as mesmas pessoas. E vc não se dá bem com elas, sabe-se lá porque motivos. Então vc passa 2 anos e pouco brigando com essas pessoas. E no terceiro ano - ah, o incrível terceiro ano - vc se reconcilia, reconhece que as pessoas são todas, no fundo, incríveis. Mas não se reconcilia o suficiente. E aí o ano termina e vai cada um prum lado, e vc entra no Orkut e começa a ver os perfis das pessoas. E sente saudade. De apertar o coração, de gente que não era nem tão próxima assim - talvez eu gostaria que fosse, só percebi muito tarde.

E eu aprendi uma coisa maravilhosa. E aprendi tarde, mas aprendi e isso demoooooooora. Aprendi que a maioria das pessoas tem alguma coisa maravilhosa e fascinante dentro delas. E que você deve tentar buscar isso nelas antes de considerá-las não compatíveis com sua amizade ou algo assim. Porque o que são as pessoas, o ser humano, se não fascinantes? Algumas pessoas são tão incríveis - complexa e profunda e docemente incríveis - que eu seria capaz de observá-las, suas ações e seu jeito de falar, e de dar risada, por horas. E me sentir satisfeita e sorrir só por isso. Só por ver o quanto um amigo ou amiga minha é capaz de sorrir de uma maneira tão bonita e tão espontânea, e de como aquela pessoa é única e de como todo mundo é capaz de ver beleza em quase todo mundo, é só querer ver, porque quase todo mundo tem.

Pena que eu só percebi quanto algumas pessoas podem ser legais tarde demais. Ok, as vezes eu acerto também. Mas lidar com gente é isso né? Me fascina lidar com as pessoas, acho que eu deveria ter feito.. RP.

Não. Não deveria.

Minhas desculpas sinceras a todos aqueles que não lerão esse blog porque e os subestimei e com os quais não fui capaz de construir uma bela amizade. Por tolice. Eu cresci e aprendi, mas o que eu perdi não vou recuperar mais - quase o ensino médio inteiro me afastando das pessoas em função de preocupações mesquinhas e ridículas. Porque eu me deixava levar pela cabeça, too reasonable and too fool.

Acho que meu coração é mais importante agora. Isso tudo que eu escrevi aqui, acho que poucas vezes fui tão sincera com os outros e comigo mesma. E foi totalmente do coração. Totalmente.

Espero que isso me redima, de alguma maneira, então.

Ana Paula Freitas at 2:30 AM