quarta-feira, junho 28, 2006

If we were freckless we'd be fine

Você já conheceu alguém cujo olhar fosse tão intenso que fosse impossível manter contato visual por muito tempo? Que o olhar dessa pessoa fosse tão penetrante que você tivesse a impressão que estava sendo despido, que ela pudesse enxergar você de forma tão transparente? E que ao mesmo tempo essa pessoa se mostrasse inteira no olhar; você sem dúvida saberia quando ela estivesse mentindo, ou estivesse triste, ou brava, ou alta. O olhar dela a denunciaria. Você já conheceu alguém assim?

Eu conheci umas três pessoas assim. Uma delas se chama Eddie Vedder e é o vocalista do Pearl Jam, que eu chamo de minha banda preferida pelo incrível significado que teve pra mim. Sim, música pode mudar as pessoas. E essas pessoas são as mais legais de conhecer. E eu tento ser como elas até onde é possível que eu seja. Eu olho profundamente nos olhos de todos aqueles que converso.. As vezes encontro uma pessoa que como eu também olha nos olhos e é difícil sustentar o olhar. Mas eu estou me esmerando na habilidade de ser sempre o mais transparnte possível. Todo mundo deve achar isso tão besta mas eu acho isso uma das coisas mais incríveis que você pode fazer pra outra pessoa. Demonstra respeito, interesse, e demonstra que você está de inteiro ali. Só que isso acarreta sérios problemas pra mim porque eu não sou capaz de fingir nada. Não sou capaz de fingir felicidade nem tristeza; nem posso fingir que estou brava se não estiver, nem que estou satisfeita se não estiver. Eu nunca sorrio if I dont really mean it. Nunca choro se não for verdadeiro, não abraço ninguém que eu não goste realmente. Também não digo "eu te amo" praqueles que eu não amo realmente. As vezes é ruim; por exemplo, no trabalho, onde eu tenho que fingir que gosto de algumas pessoas.. Eu não consigo. Não consigo sequer sorrir pra essas pessoas. Mas no geral eu gosto de ser assim. Eu acabo sendo uma só com todo mundo, em todos os ambientes. Isso é agradável pra mim e pros outros. Eu percebo que os melhores posts (foda-se a modéstia) saem quando eu estou meio perturbada; eu andei meio perturbada esses dias. Total crise existencial do tipo "tudo isso vale a pena?", profissional ("vou estudar quatro anos pra ganhar pouco e trabalhar nos feriados"), fraternal. E essa última foi a mais séria. Está sendo na realidade. Porque eu tô meio sem amigos. Po, sei lá, eu tenho amigos.. Mas as vezes faltam amigos pra compartilhar das minhas loucuras. Eu tenho uns pensamentos meio estranhos, não sei se só eu sou assim ou se todo mundo é mas a maioria tem vergonha de dizer. Eu gosto de discutir umas coisas improváveis. Gosto de ir no parque a tarde e ficar olhando as pessoas passarem ouvindo música, sentada na grama. Gosto de ler ficção, mas também gosto de ler sobre outras culturas. Acima de tudo, gosto de discutir coisas improváveis. Eu queria uns amigos pra discutir essas tais coisas esquisitas e improváveis. As vezes essas discussões envolvem breves exercícios de auto-pena mas passa, não é demagogia. Percebi que eu sou dispensável pra todos os amigos que eu tinha/tenho. Porque não sou tão próxima de ninguém a ponto de ser única e indispensável, eu costumava ser, mas a distância física implicou em distância.. total. E eu tento manter uns laços mas não dá. As vezes eu murmuro essas coisas estranhas pros meus atuais amigos, na esperança de compreensão. E eles olham com uma cara de "você tá louca?", e dizem "quê???" e eu desisto. Abaixo a cabeça e volto a falar.. daquilo que estávamos falando (Aí entra o exercício de auto-pena. Esse é da série "ninguém me entende!").

Eu tava zapeando dia desses e passei pelo programa da Luciana Gimenez, e tava lá a Tatiana Giordano, uma ex-big brother. Ex-big brother é meio decadente né? Porque ser big brother já não é grande coisa, ex-big brother é zuado demais. Mas então essa Tatiana disse que acredita que quando você quer alguma coisa você não deve ficar falando em voz alta, porque têm em volta da gente uns espíritos malignos que ouvem se você fala; e se eles ouvirem eles vão fazer de tudo pra que você não consiga seu objetivo. Minha mãe e meu pai sempre me disseram pra eu não contar as coisas pros outros antes delas acontecerem, porque traz azar e normalmente a coisa não dá certo, e eu sempre fui muito empolgada- na menor chance de algo legal acontecer eu, ingênua, saio contando pra todo mundo. Eu aprendi que em partes faz sentido. Mas pode funcionar de outro jeito também: um monte de gente que me conhece sabe que eu vou pra Europa. Porque eu conto pra elas. Mas eu conto porque eu coloco na minha cabeça a idéia de certeza. Se "eu vou", elas não podem impedir. Ninguém pode. Se eu "quero ir", ok, é diferente. Mas "eu vou" sendo repetido várias vezes grava no universo e depois volta pra mim; o universo é tipo um espelho. Sabiam? Isso é preceito do Budismo.

Acabei de, satisfatoriamente, descobrir as delícias de Futureheads, Death From Above 1979 e Revolver - dos Beatles, é! Mas só gostei mesmo mesmo de umas 4 músicas. Eleanor Rigby é transcedental.. Eu já conhecia de algum filme, but cant put a finger on it. Tenho muito mais pra falar mas to mais que atrasada. Outro dia eu volto neste mesmo horário, neste mesmo canal.

Ana Paula Freitas at 12:25 PM


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segunda-feira, junho 26, 2006

My back hurts

18 anos e dores nas costas. Deve ser saldo do fim de semana boêmio. Pelo menos, comprei um MP3 player no sábado. Não sei como tava aguentando viver sem música; também não sei como quero escrever sobre música sem nunca ter ouvido o Revolver, dos Beatles. Tô baixando. Eu me dei conta que tenho que ouvir de tudo, pelo menos conhecer tudo, maspra conhecer tudo eu preciso ouvir o Revolver. Eu sou grande fã de música estrangeira mas tem tanta coisa nacional que é incrível.. Eu adoro fuçar e achar essas coisas escondidas e deliciosas de ouvir. É mais que um passa-tempo. Me ajuda a esquecer as mazelas do mundo.

E falando em mazelas do mundo, eu não sei como as outras pessoas são, mas a maneira como eu vejo o mundo é muito estranho. Eu gosto, mas não parece ser uma coisa normal; não é o tipo de coisa que eu falaria em voz alta.. Vou explicar: qualquer situação por qual eu passe evoca em mim pensamentos e reflexões meio excêntricos. Eu nunca penso o óbvio.. eu me pego pensando em algo totalmente esquisito, uma linha de pensamento meio difícil de ser seguida. Na verdade acaba sendo meio ruim, porque eu não consigo simplesmente viver as coisas.. eu preciso tentar encontrar a razão pra tudo. Todas as coisas exigem reflexão... É meio assustador mas se eu tivesse um gravador mental eu ia passar dias e noites só reproduzindo meus pensamentos estranhos e dando risada. O fato de eu achar graça em (quase) tudo, não sei se já comentei isso, também faz parte dessa maneira estranha de pensar. Como eu vou muito longe nas coisas, sempre acabo achando a situação engraçada de alguma maneira, porque da maneira que eu pensei, ali no meio alguma coisa sempre é engraçada. Eu desenvolvi com perícia a habilidade de rir de mim mesma. Sou adepta do "se a piada é muito boa, ninguém pode ficar chateado", o tal "perco o amigo mas não perco a piada". E eu realmente não perco a piada, e por sorte nunca perdi nenhum amigo por causa disso.

E falando em amigos.. Eu ainda tenho alguns problemas com eles. Porque como alguns de vocês sabem, eu tenho alguns desvios psicológicos, que os anos de terapia e o remédio psiquiátrico resolveram quase totalmente. Meu problema é que as vezes eu acho que não sou bem vinda pelas pessoas.. Não por todas, entendem? Acontece as vezes. Demora um tempo pra eu me sentir segura num lugar, com as pessoas.. Novas. Ou nem tão novas. E mesmo assim, depende do que acontece, tem que recomeçar do zero. As pessoas que me conhece não faz muito tempo só dificultam isso, porque acham que esse meu "receio" de me convidar pras coisas é frecura ou é doce, já que eu de natureza sou meio.. extrovertida. Mas não é. É que no fundo eu nunca tenho certeza se as pessoas com quem eu estou realmente me querem ali. É triste mas essa perspectiva de ser triste é mais triste ainda. E tudo por causa daquelas motherfuckers na sexta série.. um dia eu conto.

Essas pessoas alternativinhas já estão me dando nos nervos. Cansei de Ser Sexy é uma bosta, só eu acho isso? Bonde do Rolê só é divertido por causa dos samples que são bons, Bonde das Impostora só é legal por que eles riem deles mesmos. Eles são toscos, cansei desses hypes. São todas as pessoas que tentam ser diferentes.. E são todos iguais a todos que querem ser diferentes. Eu sou normal, eu acho. Só gosto da DJ Club porque a música é boa.

Ana Paula Freitas at 9:51 AM


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quarta-feira, junho 14, 2006

Lets get these teen hearts beating faster, faster

Eu tava com uns pensamentos estranhos ontem antes de dormir, e agora to assistindo Deus é Brasileiro e uns pensamentos relacionados voltaram. Ontem eu tava pensando que é meio inútil fazer planos na vida, porque o mundo tá tão.. violento e sem.. esperança e esses clichês que eu posso morrer a qualquer hora. Todo mundo sabe disso, sabe que pode morrer a qualquer hora. Por um monte de motivos. Mas pela primeira vez isso realmente me assustou. Ontem pela primeira vez eu tive medo, realmente medo, de não viver pra concretizar as coisas que tenho planejadas. Na realidade fiquei até com medo de escrever sobre isso, porque as pessoas normalmente tem esses insights e pouco tempo depois morrem, e ai as pessoas ficarão dizendo: "Nossa, parece que ela sabia, escreveu sobre isso no blog". E eu sei e todos nós sabemos que no fundo nada disso faz sentido, porque se a gente for pensar assim não faz nada, mas sei lá. Tô vivendo, né. Quando assisti Clube da Luta tinha a Marla Singer, que eratipo uma Loser feito o mocinho lá, mas ela disse algo interessante, mais ou menos que ela odiava a vida dela e fazia de tudo pra morrer, e o mais curioso era que ela não morria. Acho que eu não tenho que me preocupar com isso, quando tiver que ser eu nem vou pensar em mais nada né.. Só vai ser.
E esse filme que eu to vendo provoca uma real reflexão sobre Deus e a terra e as coisas do mundo. Eu já tinha visto mas ainda é surpreendente. Ainda mais porque nos últimos dias eu tenho pensado em pegar a grana que eu to juntando pra viajar pra fora e fazer um esquema aqui no Brasil mesmo, tava pensando isso esses 3 últimos dias, e esse filme mostra uns lugares que eu realmente gostaria de conhecer. Na realidade, é só um pensamento, não vou deixar realmente de ir pra onde eu tava querendo. Mas como a idéia é morar lá fora só por uns tempos, quando eu voltar preciso fazer isso. Meu país é gigante e é bonito, e também é horrível e eu preciso muito ver isso, o feio e o bonito, aqui. E voltando ao negócio de morrer, aconteceu uma coisa ontem. Tem uma pessoa, uma grande amiga daminha mãe, tipo irmã assim. Que pra gente sempre foi meio que uma tia, uma pessoa que eu gosto como um alguém da família. Essa mulher sempre batalhou muito pra conseguir as coisas na vida e eu sempre vi ela se fuder, sem nunca tirar do rosto o sorriso e com um dos melhores humores que eu já vi. Ontem ela tava esperando oônibus lá perto do zoólogico, era tarde e ela foi agarrada por um homem. E ela como sempreluta contra tudo também lutou contra o homem, mas o homem era forte. E ela lutava, e quantas mulheres não lutam contra um estuprador e perdem? 99.8% talvez? E bem, ela não ficou entre os 0.2%. Ela ficou em alguma outra estatística, a das"mulheres que são atacadas mas são salvas por estranhos armados", que deve configurar menos de 0,2%. Bom, então passou um cara de carro, apontou uma arma por maluco que tinha agarrado era, o cara correu. O tio da arma ficou com ela até o ônibus vir e pá, foi isso.

E aí?

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Da série "Copa do Mundo e Crianças Fofas". Eu era uma criança fofa, deixa ver se tenho uma foto.. Não, o fotolog tácom problema então não tenho.

Então, e minha mãe me contou uma história daminha primeira copa do mundo, a de 90. Na ocasião eu tinha dois anos e minha vó comprou uma camiseta do Brasil pra mim. Minha mãe disse:

- Filha, olha só, a vovó comprou uma camiseta pra você torcer no jogo do Brasil.

E no dia do jogo eu, sorridente e falante (sim, eu era falante e disso tenho várias histórias), peguei a camiseta e.. torci. Tipo.. "Mamãe, olha, eu vou torcer." E torci a camiseta. Pra mim fazia todo o sentido do mundo; assim como fazia sentido que quando eu estivesse andando de carro a lua estivesse me seguindo, e assim como fazia sentido que todas aquelas feiras de malha que eram "entrada franca" tivessem sua entrada na cidade de Franca, com um túnel subterrâneo para a localização da feira.

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O contador de acessos está disponível pra todo mundo ali, no fim da página. E eu tive nove acessos únicos hoje! Não é incrível? E, bom, uma letrinha ótima do Panic! At The Disco, abaixo. Eles são legais. Okay, é o tipo de coisa que eu tenho um pouco de vergonha de falar que gosto, mas eu gosto.

Is it still me that makes you sweat?
Am I who you think about in bed?
When the lights are dim and your hands are shaking as you're sliding off your dress?
Well think of what you did. And how I hope to God he was worth it.
When the lights are dim and your heart is racing as your fingers touch your skin.
I've got more wit, a better kiss, a hotter touch, a better fuck
than any boy you'll ever meet. Sweetie, you had me.
Girl I was it, look past the sweat, a better love deserving of
exchanging body heat in the passenger seat? no no no you know it will always just be... me.

Let's get these teen hearts beating. Faster faster!

So testosterone boys and harlequin girls:
will you dance to this beat and hold a lover close?
So testosterone boys and harlequin girls:
will you dance to this beat and hold a lover close?

So I guess we're back to us, oh cameraman, swing the focus!
In case I lost my train of thought where was it that we last left off?
Let's pick up pick up

Oh now I do recall, we just were getting to the part
Where the shock sets in, and the stomach acid finds a new way to make you get sick.
I hope you didn't expect to get all of the attention.
Let's not get selfish, did you really think I'd let you kill this chorus?

Let's get these teen hearts beating. Faster, faster!

Ana Paula Freitas at 11:45 PM


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terça-feira, junho 13, 2006

We've seen some change, but we're still Outsiders

Notícia boa do dia:

- Franz Ferdinand retorna ao Brasil em setembro. (E eu tenho espasmos de felicidade ao ler a notícia)

Notícia ruim do dia:

- Estou de exame de "Comunicação e Linguagens", que é tipo aquela matéria "Semiótica". Na realidade, isso é humilhante porque essa é uma matéria feita à distância, ou seja, pelo computador. Chamamos de "semipresencial".

Podemos dizer que a outra boa notícia é que o Brasil ganhou, mas o jogo tava tão truncado e deu tanto sono que eu nem sei o quão bom isso realmente foi.

Aaaahhh, so much to talk about and nothing for to say. Acho que essa é a primeira Copa em que eu tenho maturidade suficiente pra começar a analisar o fenômeno social que ela é no Brasil. Ainda mais nessa que é considerada a maior Copa de todos os tempos, não me pergunte porquê. O clima hoje tava meio eufórico. Algo como o dia do PCC, mas o inverso: a aura pairava mas era verde-amarela. E eu, tão cética, puta por ter sido acordada por cornetadas incessantes das crianças vizinhas, senti enquanto estava no ônibus uma incontrolável vontade de comprar uma camisa da seleção.

Eu não sou contra a Copa, não sou anti-Brasil, nem sou anti-patriota, nem paga-pau de gringo. Nada disso. Entendo futebol, sei até o que é impedimento! Minha queixa contra a Copa não é culpa do futebol ou da seleção. Sei lá de quem é, mas me irrita a atitude do povo, que esquece os problemas e age como se nada mais no mundo fosse importante. Copa, Caranaval e todas essas festas de merda no Brasil só servem pra alienar mais a população (Com o perdão do discurso pronto mas eu realmente penso assim). Não é que eu torço pro Brasil perder; eu assisto os jogos e levo minha mão à cabeça, grito "uuuuuuuuuuuuuuhhh!!!!" quando o Roberto Carlos chuta e a bola passa direto pra linha de fundo. Eu só acho que o país reforça a falta de compromisso do povo com ele mesmo. Alguns dizem que eu não sou patriota porque sou sempre a primeira a meter o pau no Brasil e na gente, povo; mas a real é que amo meu país e me entristece ver que ninguém faz nada pra mudar as merdas dele. Porque ele tem um monte de merdas. E o futebol, o carnaval, a simpatia, as belezas naturais, nada disso compensa a miséria, a corrupção, a fome, a violência e todas essas coisas. E eu queria que fosse tudo bom. Eu queria não ter vontade de ir embora daqui.

Mas agora voltemos ao que importa, ou seja, a vinda do Franz Ferdinand. Ou a volta, como queiram. Não pude ir aos shows deles por falta de grana, fora que acho que o FF já não é mais banda de abrir show. Eles merecem mais do que isso. E eu fiquei muito triste, porque gosto muito da banda e realmente gostaria de ter ido. Botei na minha cabeça que eu só teria oportunidade de vê-los novamente daqui a um bom tempo, talvez quando já estivesse no exterior..

Mas que fique bem claro ao Sr. Lucio Ribeiro que, se ele estiver mentindo, ele morre.

Consideração final: Coloquei um contador! Agora dá pra saber se alguém, além das 3 pessoas que eu tenho certeza, lê meus textos. Veremos..

Ana Paula Freitas at 6:29 PM


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segunda-feira, junho 12, 2006

Im exactly were youd like me now

Tem dois posts gigantes salvos aqui, que eu comecei e não terminei. Um falava sobre os filmes que eu tinha visto essa semana (Até então, Clube da Luta e A Montanha dos Sete Abutres, e depois de ontem, o Código da Vinci) e o outro falava sobre a minha noite de sábado, que passei no hospital devido aos exageros alcoólicos de um dos meus amigos mais legais.

Mas eu achei que nenhum dos dois posts era realmente interessante. Nem pra mim nem pra vocês. Pensei em escrever ficcção, em escrever algo meio beat-meio Salinger, pensei em um monte de coisas mas tá difícil. E essa metalinguagem torna ainda mais difícil introduzir aqui um texto de ficção assim, do nada.. Comprei um bloquinho do Dilbert, mas o máximo que eu fiz foi transformar a figura do Dilbert que está em marca-d'água em um Harry Potter. Ficou simpático.

Depois de assistir Clube da Luta, fiquei pensando que toda pessoa no mundo tem ou deveria ter um Tyler Durden. Quem não assistiu o filme vai se perder, mas sorry, não vou explicar. Acontece que eu fiquei imaginando como seria o meu Tyler Durden. Considerando que o Tyler seria tudo aquilo que eu gostaria de ser e não tenho coragem, e ele faz bem tudo aquilo que eu não sei fazer.. Meu Tyler Durden seria então uma pessoa a quem eu admiraria. Eu sempre admiro as pessoas que são capazes de fazer coisas que eu não sou. Faz sentido, não faz?

Ainda to lendo o On The Road e vou demorar, porque o livro só tá ficando interessante agora. Mas ele é interessante do ponto de vista de uma pessoa que quer viajar assim - embora o Holden tenha me ensinado muito mais em tão menos tempo. Saudades do Holden, jamais deveria ter emprestado o livro. O problema é que eu não consigo lembrar pra quem eu emprestei.. se foi pro meu ex-professor de Redação ou sei foi pra minha amiga Carol. Ou se não foi pra nenhum dos dois.. Droga, eu fui ingênua de emprestar, eu sou o tipo de pessoa que quando lê um livro incrível quer que todas as pessoas around the world também tenham o incrível prazer de ler o livro, então eu saio comentando e acrescentando ao final: "Eu te empresto!" E assim eu sigo perdendo meus livros, e esse é um dos mais importantes pra mim. Até porque eu ganhei de uma pessoa legal e tem dedicatória e tudo mais.

E eu já parei pra pensar muitas vezes no que é que faz algo ser engraçado. Porque eu acho as coisas engraçadas de uma maneira fora do normal. Quero dizer, eu acho graça em um monte de coisas que as pessoas não acham. Meu humro é muito mais abrangente e as pessoas costumam me chamar de "feliz". Por exemplo, Dia dos Namorados, e eu to sem namorado. As pessoas ficam deprimidas, se mandam flores, se trancam em casa, alugam filmes românticos e os assistem comendo um pote de sorvete, essas coisas. But I, I dont give a fuck. Sério. Eu acho até engraçado. Sim, eu dou risada. Porque eu não acho que é tão triste, porque eu sou meio cética e pra mim essa data não significa porra nenhuma, é tão comercial quanto qualquer data dessas que tem aí então foda-se. Não é um mau-humor, não, nem estou fingindo que não ligo quando ligo. Desejo aos namorados e namoradas do país muita felicidade. E responsabilidade e maturidade. E união. De verdade.

Hhahahahahahahaha.

Viu como eu acho tudo engraçado? Direto as pessoas no MSN me perguntam porque eu to rindo, ficam bravas. Na vida real também. Eu dou risada e as pessoas pensam que eu to rindo delas ou algo assim. Ou então, quando eu falo algo sério, as pessoas acham que eu tô brincando. Odeio isso. Acho que eu tenho um tom de voz divertido. Sei lá.

Ana Paula Freitas at 3:40 PM


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quinta-feira, junho 08, 2006

Ebony Wand

Comprei um bloquinho. Se não gosta/não liga pra bandinhas novas e hype, pule o trecho abaixo.

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Baixei o disco do Panic! At the Disco. Não queria baixar porque o Lúcio tinha falado e eu tive uma impressão ruim, achei que era mais um Strokes da vida. Mas tava afim de ouvir uma coisa nova..: As músicas são parecidas e lembram música de abertura do Power Rangers. Tem algo forte de música eletrônica (Daft Punk) e de... emo? Algo de Simple Plan, talvez pelos vocais. Você sente isso com certa frequência, mas é durante pouco tempo. E não dá pra falar que tem isso como influência, é mais próximo de indie e música eletrônica do que do resto. Os nomes das músicas são ótimos e as letras também são divertidinhas. Legalzinho mas não faz meu.. tipo.

Também baixei odo Clap Your Hand Say Yeah!. Não tinha ouvido ainda. A primeira música é esquisita. Hahahaha, zueira. É só uma intro, não configura "música", eu acho.
A minha primeira impressão é..: "Me irrita que um cara com uma voz dessa ache que pode cantar numa banda". É tosca. Mas provavelmente ele sabe disso e sabe que depois de um tempo a pessoa se acostuma é até gosta. Me lembra alguém que já canta assim, não lembro quem. E a melodia me agrada muito. É o tipo de banda da qual eu gosto. Ah, já sei o que me lembra! U2, de longe. Hhahahaha, sim, me lembra. É, CYHSY entrou pra minha lista de boas bandas preferidas. Tem muito pandeiro e tem até uma música que é a intro é uma mistura da música do danoninho com a dos anjinhos - chama Details of the War. Tem até uma incrível gaitinha!

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Como vocês bem sabem - e se não sabem, ficarão sabendo agora - eu sou uma boa e fiel fã da série Harry Potter. São provavelmente os livrinhos mais divertidos e envolventes que tive oportunidade de ler. E como vocêstbm provavelmente sabem, todo personagem do univrso de Harry Potter tem uma varinha. Segundo o Olivaras, o tiozinho da loja que as vende, não é o bruxo que escolhe a varinha e sim a varinha que escolhe o bruxo. E o Harry tem uma varinha que é feita com a pena damesma Fênix da varinha do Voldemort.. Mas ok, isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que eu estava, numa dessas manhãs desocupadas, vasculhando a internet à procura de qualquer coisa pra fazer. Aí achei uma coisa que me deixou... embasbacada.
É um site (www.alivans.com) que vende varinhad o Harry Potter. Eles têm centenas de modelos, todos talhados em madeira e todos diferentes um do outro e aquelas coisas. O mais surpreendente é.. o preço. U$ 25 pracima, tem umas "edições especiais" e "limitadas" que custam U$ 65 e daí em diante. Destaque para uma das varinhas em edição especial, da qual achei o texto particularmente curioso...

Tradução livre do texto referente a essa varinha

Varinha de Ébano com Cristal Solitário: U$ 55,00
Ébano é, sem dúvida, conhecida como a madeira mais poderosa quanto se trata de magia. O usuário dessa varinha terá poder ilimitado assim como habilidades de proteção sem precendentes.

Essa varinha Fantasies Collection (a série a qual a varinha pertence) é também adornada com um único cristal na ponta do lugar onde você a segura, que está lá para representar sua solidão e beleza para seu dono.
O que está incluída em sua varinha? Sua varinha Alivaras vem completa com duas caixas de colecionador, um aquinho em veludo bordado com o brasão do Alivaras em dourado e um certificado numerado de autenticidade que detalha no verdo as propriedades mágicas da peça que você escolheu. Madeira: Ébano de Macassar. Tamanho: 15 1/4 polegadas. Encantamento: Essência de escama de serpente.

Você compraria uma?

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Droga, estou a dois dias tentando trocar o "template". Sempre que coloco um novo ele dá uma "incompatibilidade" bizarras e não dá pra ler texto nenhum. Fica tudo com uns símbolos estranhos.

Té mais, no fim de semana eu posto algo decente.

Ana Paula Freitas at 10:24 AM


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quarta-feira, junho 07, 2006

Into another dimension

Eu tenho uma matéria que chama Metodologia da Pesquisa em Comunicação. A matéria ensina os alunos de Jornalismo a.. a... tipo fazer fichamento de livros, catalogar e indexar informações, essas coisas. Eu não gosto muito da matéria e nem ninguém da sala. Mas quando então eu me encho e não quero assistir aula, eu simplesmente saio pra não atrapalhar ninguém que porventura queira assistir. Eu falo bastante, essencialmente; mas não falo em aula.
Bom, a questão é que a aula é zuada. Ninguém presta atenção. E aí o Prof. Adolpho Queirós resolveu dar uma prova sem consulta - a sala só aceitou porque ele prometeu uma revisão (revisão é rever, mas muitos de nós estaríamos vendo pela primeira vez) na semana anterior ao teste. Acontece que ele faltou no dia da revisão, sem avisar. E não adiou a prova. Chegou no dia dela, que era sem consulta e sem revisão, a sala começou a chiar. Chiar é ser bonzinho; as pessoas começaram a gritar impropérios do tipo "O Sr. é um professor de merda, por isso dê a prova com consulta, eu não aprendi nada nas suas aulas" pra baixo. E diante da pressão de uma sala universitária, e de um rapazinho mais velho que fez um discurso infame sobre "molecada que tem grana e vem direto do cursinho pra faculdade", o professor cedeu. É claro que cedeu, os ânimos tavam tão exaltados que eu achei (ele também achou, possivelmente) que ele ia apanhar. E bom, eu achei aquilo tudo a maior putaria do mundo. Coisa que achei que não fosse ver mais depois que saísse do ensino médio. O professor foi intimidado de uma forma agressiva, quase abusiva. Lá na sala tá cheio de gente pronta pra criticar o famoso "EU PAGO ENTÃO EU POSSO" na universidade particular. Mas o que eles fizeram ontem foi praticamente isso. Eles só não enunciaram em voz alta.

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Outro dia eu tava reclamando que não ganho nada. Em sorteio, quero dizer. Concurso dá pra ganhar, já ganhei algumas coisas legais. Então eu reclamava e me afundava em meu assento, amaldiçoando minha tão inoportuna falta de sorte. Foi aí que eu me lembrei: sim, eu já ganhei algo em sorteio. Foi há três anos, numa feira de alguma coisa na escola. Eu ganhei uma bolsa de estudos no Canadá, no valor de U$ 6.000 dólares. Mas eu não tinha grana pra pagar a passagem. Não tinha nem 16 anos, a idade mínima: tinha 15. Aí era como se eu não tivesse ganhado porque nãopude usufruir do prêmio..
Falando em não poder pagar, por algum motivo algumas pessoas da faculdade acham que eu sou rica. Eu tenho uma confortável vida de classe média, igual à maioria deles. Só que alguns, por serem mais pobres ou algo assim, por algum motivo se sentem.. hum.. mais dignos do que eu. Como se eu (hahahaha) tivesse tido tudo fácil ou algo assim. Mesmo que fosse verdade, isso é problema meu, e contanto que eu desse valor acho que estaria tudo bem. Ontem me peguei tentando justificar pra alguém meu novo celular.. preciso parar com isso. Acho que meu padrão de vida subiu sim, mas ainda tenho que trabalhar pra pagar a faculdade, ainda tenho que juntar dinheiro se quiser viajar, ainda não tenho dinheiro para comprar um Ipod e se eu ganhasse hoje a bolsa no Canadá ela ia ter o mesmo destino que aquela de 2003 teve. Tsc tsc.

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Durante todo o período em que estive escrevendo esse post, que aliás é um dos piores que escrevi nos últimos tempos, em algum lugar aqui perto eu ouvi algo berrando. Não sei se é um gato, um cachorro chorando ou mesmo uma criança. Mas não pára. E sei lá. Eu queria poder saber o que é e tipo denunciar pro abuso de menores ou de animais ou algo assim, mas os gritos me irritaram e eu simplesmente dei play no cd do We Are Scientists. Eu tenho soluções práticas e convenientes pros problemas do dia-a-dia e a maioria delas envolve um discman com potência de som.

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A Gabi falou hoje em abrir um blog. Vai chamar ifyoudontmind e a gente vai falar só sobres coisas legais e descompromissadas, nada de política ou economia. Ok, mas não há regras at all, então dá pra falar disso também quando for inevitável - as vezes é inevitável.
E eu preciso com urgência de um bloquinho. Vou providenciar isso hoje.

Ana Paula Freitas at 11:25 AM


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terça-feira, junho 06, 2006

Sobre 666 e música e a borboleta e jornalistas e luzes misteriosas..

Legal. Vários dias de observações e de absorvições (existe isso?) das coisas e eu acho que vai dar pra escrever alguma coisa. Ok, não to espremendo o texto de mim, até deu uma vontadezinha e isso é importante. É importante quando ele é espontâneo.
Na verdade várias coisas rondaram minha mente esses dias. A primeira foi o dia do capeta, amanhã. Ou hoje, anyway, mas é que eu não fui dormir ainda. É que não significa nada e ao mesmo tempo significa tudo. Porque a gente sabe que no fundo esse dia não vai ser diferente de jeito nenhum - muita gente vai nascer e morrer, outras vão fazer sexo e outras vão usar drogas, algumas vão conhecer o amor da sua vida, como em todos os outros dias. Mas é que no fundo eu, pelo menos, vou atéo final do dia esperando que o céu se abra em chamas, que as bolas de fogo atinjam a face da terra e que o mundo se acabe. Afinal, 06/06/06 que se preze tem que ter apocalipse. Além disso, minha vida tá muito monótona. Um Armageddom ia dar uma agitada. Se bem que o dia lá do PCC foi bem animadinho.. Se eu fosse o Marcola, tinha escolhido essa fatídica terça pros ataques. Ia ter um significado bem maior. Mas não, Marcola acredita em Deus e não faria uma coisa dessas.

Falando em coisas apocalípticas, estávamos eu e Guiga voltando da faculdade semana passada, às 11:30 da noite, quando vimos uma luz no céu. Um clarão alaranjado, como se o sol estivesse nascendo. Nossa curiosidade de wannabe-journalists e a nossa falta do que fazer nos motivou (ok, motivou a ele, que estava dirigindo o carro - eu apenas coloquei uma pilha) a seguir o clarão. E ao som de Big Wave experimentamos a incrível aventura de buscar o desconhecido. A luz era forte e caia no horizonte, e nós nos sentimos em Manhattan porque a quantidade e a altura dos prédios de Santo André City não nos permitia ver do que se tratava a porra do clarão. Mas o Gui continuou dirigindo, dirigindo, e da Metodista fomos parar na Pirelli, quase em Mauá. E nada, não dava pra ver nem fudendo. Desistimos e mesmo maravilhados pela luz, desistimos de nossa empreitada. Chegando em casa, corri para a sacada pra poder ver o que era. E vi.

E se eu contar vai perder toda a graça, como perdeu pra mim. Eu preferia não ter visto. Então não vou contar.

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E vendo a história do julgamento da Richtoffen ou seja lá como se escreve essa merda, eu fiquei pensando que o destino nos prega peças. Quero dizer, a doida conheceu o Cravinhos no parque porque o irmão dela foi brincar de aeromodelismo no parque e o Cravinhos lá também brincava disso. Se eu fosse o Andreas eu ia dormir pensando "Caralho, que que eu fui inventar moda de brincar de aviãozinho no Ibirapuera".. É meio estranho mas é de se pensar. Não?

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E um dia desses um menino lá da faculdade despertou novamente o desejo Cásper dentro de mim. Me lembrei que eu queria ter passado lá e que com certeza (?) eu teria vários amigos legais se estivesse lá, e não estaria tão perdida quanto estou na Metô. Mas se estivesse lá.. Bom, poderia estar morta. Ou aleijada. Vide história acima. Quero dizer, se não existe. Estou relativamente feliz, empregada no primeiro semestre, fazendo amigos e levando meu irmãozinho (15 anos) à Paulista que ele nunca tinha iso ("Tata, lá onde a gente vive é só um reflexo distorcido dessa incrível realidade!"). E sou feliz, quase que totalmente. Mas, voltando aos questionamentos, todo dia eu paro e olho toda essa merda na qual estou me chafurdando. Jornalismo é triste, cruel. E eu amo muito tudo isso mas não sai da minha cabeça que as chances de que eu jamais consiga trabalhar com o que eu quero são maiores do que as de eu trabalhar com que eu quero. E mesmo se eu trabalhar com o que eu quero, até onde eu estou vendo, o mercado de Jornalismo Musical no Brasil está uma lama só.. sério. Sei lá, é todo mundo meio.. mau. Evil.

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As vezes eu tento me auto avaliar e entender porque eu gosto tanto dessas músicas que ninguém conhece. Tenho um amigo que diz: "Você só gosta dessas músicas pra poder dizer que você ouve o que ninguém conhece". E eu fico com medo de essa ser a verdade. Eu nego, luto contra isso. Ainda não consegui descobrir a razão e todos os dias rezo para que ela não esteja originada numa vontade inconsciente de ser.. diferente. Indie. Porque aí eu vou ter que parar de zuar essas pessoas Indie.. Po, eu só gosto! Que culpa eu tenho se as bandas não querem ser.. mainstream ou sei lá como se chama isso. Porque Franz Ferdinand é foda e Bloc Party também, e Raconteurs também. E merda, não tenho culpa que o Lúcio falou deles semana passada. Não mesmo!

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Percebam (tem alguém aí?) que eu falei, falei e não falei nada. Mas isso é importante também, não é? Porque no fundo (nem tão fundo) eu falei várias coisas. Falei da luz, e das bandas, e do meu irmão que foi desvirginado quanto às maravilhas da terra da garoa. E isso é alguma coisa.. não é?

Ana Paula Freitas at 1:16 AM


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sexta-feira, junho 02, 2006

Droga

Eu tentei. Mas não sai nada. Bloqueio criativo. Talvez se eu saísse na rua com um bloquinho e anotasse tudo que eu vejo.. Mas eu não tenho um bloquinho.

Ana Paula Freitas at 12:23 AM