domingo, abril 01, 2007

A trilha sonora do céu

Se o rabino, PUTA MERDA, O RABINO, rouba gravatas e não consegue explicar PORQUE, e os aeroportos do país são todos FECHADOS e NOBODY GIVES A DAMN, então o que há de errado comigo?

Nada, claro.

Estou cogitando seriamente parar de escrever aqui, porque tem soado como uma obrigação. Eu não tenho tido o feeling, talvez porque tenho escrito muito na faculdade então minhas capacidades... como, hum, escritora, estejam sendo totalmente utilizadas nos deveres acadêmicos. Ou talvez porque eu tenha perdido a sensibilidade pras coisas legais de escrever, é uma possibilidade, certo?
Tenho feito muitas coisas dignas de... sei lá, tenho vivido os melhores momentos da minha vida. E ontem rolou um negócio meio de filme, pela maneira como aconteceu. Eu disse pra Marina que eu estava perdida, que não sabia o que seria de mim. Eu tava na porta do Black Label, numa situação deplorável, quero dizer, de ebriedade. Não interessa como, mas eu tava. E ela me disse que não. Que eu tava enganada, que eu precisava rever meus conceitos. Que a perdida não era eu.

Entendo então que minha vida é a eterna luta entre o fazer algo que está enraigado como errado e arrumar meios racionais de justificar esse algo. Nem tudo que a sociedade condena está essencialmente errado. O que é errado? Não, não sou homossexual. O que acontece é que... por mais que eu tente, eu sempre terei a consciência pesada por fazer coisas que sempre me disseram que eram erradas.

Quando é que eu vou conseguir fazer as coisas sem pensar que estou.. pecando ou que é super errado e decadentemente moral? Percebo que pra um montão de coisas não sou muito madura. Na verdade sou até um pouco irresponsável em alguns aspectos. Mas todo mundo é não é? A gente não amadurece de uma vez. Sei lá, tem aspectos da vida com os quais a gente sabe lidar melhor, outros não. As pessoas cobram, sabe. Amadurecimento. Precoce, de preferência. Aí eu não sei o que acontece. O efeito é esse: essa mulecada pagodeira fútil idiota, de corrente de semente no pescoço, que aos quinze pega o carro da vó e dá perda total (história verídica ok).

Eu não acredito em mais nada. Não acredito no povo brasileiro, nem no Brasil, não acredito que seja possível mudar qualquer coisa. Sou a geração cansada de tentar sem ter tentado. Meu professor que disse isso, god bless him the man is hot.

Como toda vez em que escrevo um post, imagino final dele como o final de um filme no qual tomadas do dia-a-dia são mostradas pra dar a idéia de que apesar de tudo, e com tudo, e por causa de tudo, a vida continua, quase sempre. A vida sempre encontra meios, cara, não é fascinante? A natureza, não importa o que o homem faça, ela vai encontrar um jeito de se sobressair. Em todo lugar tem um ser vivo, você pode asfaltar e colocar prédios, mas se olhar mais perto vai ver uma carreira de formigas. Pode destruir tudo e modificar tudo, mas aí vai abrir o armário e vai encontrar uns carunchos no feijão (argh). Ou então você pode criar redes que canalizem todo o lixo que o ser-humano produz e lá estará a barata, o rato, que sobrevive desse lixo. Falando nisso, saiu o resultado do meu exame de alergia e eu tenho alergia a... baratas. Que tipo de pessoa tem alergia a baratas? Quero dizer, então eu tenho que parar de comer baratas?

E a vida sempre continua, ela tem os altos e baixos, e como tem baixos, cara - mas os altos, tão curtos e raros, talvez (e só talvez) compensem os baixos.
Eu juro, juro, que esse post todo sem-nexo é culpa do Jeff Buckley. E eu não tô exagerando quando digo que ele é um gênio. Tipo um cara que não era desse mundo, a música dele não é daqui cara. É algo meio... divino. É a trilha sonora do céu.

Ana Paula Freitas at 1:33 AM


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