terça-feira, dezembro 05, 2006
Push me, pull me
Eu hostilizei o Chorão durante anos (pra quem não sabe, a maior comunidade do Orkut, a primeira, "Eu Odeio o Chorão", de 35 mil pessoas, era minha, mas eu a apaguei) porque, entre outras coisas, ele cantava o verso ridículo "eu não sei fazer poesia, mas que se foda". Mas agora eu me dei conta que me sinto quaaaase da mesma forma. Eu não sei fazer poesia, eu nunca soube. Mas eu realmente me importo com isso, ao contrário (aparentemente) do Chorão. Quer dizer, ao mesmo tempo que eu não me imprto, eu me importo. Porque eu sou ligeiramente capaz de fazer prosa poética, o que pra mim já é suficiente! Mas a poesia, aquela coisa metrificada, milimetricamente rimada, parnasiana.. eu nunca consegui. Meu irmão faz, sabe? Mas o lance dele é mais.. estético. Como ele. Pra mim tem que ter conteúdo. Olha que incrível, a gente transporta nosso gosto na vida real pras artes. Pra mim, tem que ter recheio e tal. Meu irmão escreve aquelas coisas dele, são legais, mas estéticas; ele procura palavras bonitas no dicionário e as harmoniza de forma agradável. Não posso negar que isso seja um dom, mas sou muito mais a prosa poética, e a prosa, porque não?
Quer dizer, como as pessoas não percebem que saber lidar com as palavras é uma arte? O português é incrível, na boa. Eu já aprendi algumas línguas, mas nenhuma é tão incrível quanto o português. Aqui falo de inglês, francês, espanhol. Não conheço italiano mas imagino, por cima, que ele seja tão incrível quanto português. Cara! As palavras, elas têm vida própria. As pessoas que sabem domá-las, cara, é um dom. Eu já li textos que eram verdadeiras obras de arte.
E agora, olha que coisa injusta, não consigo dar continuidade ao texto porque fica vindo à minha mente a idéia de que estou devendo pro banco. Negativa e tal, e as contas tão aí. Aí eu tento desenvolver as idéias na cabeça, mas tudo que vem à mente é "preciso de dinheiro pra cobrir tal coisa". Eu costumo fazer listas das coisas que preciso fazer, preciso comprar.. Na verdade, preciso comprar a Piauí, assinar a Rolling Stone e a Piauí, comprar um pad de borracha e madeira pra estudar bateria, pagar a faculdade e pagar o cartão de crédito. Ah, e cobrir o crédito da conta corrente. Tudo isso com um salário de 500 pilas. Ahn, e juntar dinheiro pra viajar! (ops, não consegui vencer o desafio lançado no post abaixo).
Porra, que coisa idiota. Desculpem, isso deve ser um porre, ficar falando dos meus problemas financeiros. Vamos lá, fechando o rexto, lembrando das coisas boas: tenho uma banda e ela vai virar, passei e estou no 2º ano de Jornalismo (eita, que rápido), entro de férias do trabalho dia 19, tenho dezenas de livros, filmes e seriados pra assistir nas férias - ou seja, começarei 2007 com uma bagagem cultural way larger. (existe iss0??)
E só. :)
Ana Paula Freitas at
10:19 PM