sábado, julho 29, 2006

Nobody was saved

De todas as pessoas estranhas que eu conheço eu sou a pior. A única que é capaz de passar meia hora tomando vento na cara numa sexta-feira à noite e sentindo o cheiro da chuva simplesmente pq passa um sentimento incrível de algo que eu tenho saudade e que não sei bem o que é. Sou a única pessoa capaz de sair prum lugar e chegar em casa pensando que teria me divertido mais se tivesse ficado no MSN conversando com uma pessoa que eu nem conheço pessoalmente. Sou a única pessoa que considera um dos melhores dias da vida aquele que eu passei na padaria com duas das pessoas mais fodas que eu já pude conhecer. A única que tem certeza que precisa escrever todas essas coisas idiotsas num blog pq senão vai explodir, a única que fica 5 noites sem dormir e sem entender bem porquê uma insônia surge do nada e vai embora mais do nada ainda; a única pessoa no mundo e no universo inteiro que se olha e acha incrível que ela possa pensar e acha isso uma habilidade única e aí nessa hora percebe o quão insignificante é diante das coisas tão maiores e do universo inteiro. Uma das únicas que é capaz de sentir prazer quase sexual (sim!) por causa de música. A única pessoa que é capaz de falar tanta coisa que ao mesmo tempo não faz sentido e faz todo o sentido sem usar nenhuma droga; a única pessoa que acha que as pessoas se interessam por textos tão pessoais e baratos e repetitivos, a única pessoa que não usa vírgula na expressão "pessoais e baratos e repetitivos" e faz isso porque acha que o texto fica mais intenso e mais falado. A única que se preocupa com esse tipo de coisa idiota, a única que passa três semanas tentando achar temas pra escrever três textos, acha, escreve os textos e na hora de os mandar pra seleção não manda porquê.. não manda. A única que sorri pra desconhecidos, aúnica que.. a única.

Eu não sou aúnica que faz essas coisas mas de alguma sou porque ninguém faz nada igual ao que eu faço, porque o que eu faço EU faço. Mas sem dúvida nenhuma eu sou a única pessoa que termina de escrever o texto e fica pensando se ele tem, predominantemente, a função poética ou a metalinguítica ou um pouco dos dois, ou qualquer outra que eu não lembro os nomes.

Ana Paula Freitas at 2:04 AM


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