terça-feira, junho 06, 2006

Sobre 666 e música e a borboleta e jornalistas e luzes misteriosas..

Legal. Vários dias de observações e de absorvições (existe isso?) das coisas e eu acho que vai dar pra escrever alguma coisa. Ok, não to espremendo o texto de mim, até deu uma vontadezinha e isso é importante. É importante quando ele é espontâneo.
Na verdade várias coisas rondaram minha mente esses dias. A primeira foi o dia do capeta, amanhã. Ou hoje, anyway, mas é que eu não fui dormir ainda. É que não significa nada e ao mesmo tempo significa tudo. Porque a gente sabe que no fundo esse dia não vai ser diferente de jeito nenhum - muita gente vai nascer e morrer, outras vão fazer sexo e outras vão usar drogas, algumas vão conhecer o amor da sua vida, como em todos os outros dias. Mas é que no fundo eu, pelo menos, vou atéo final do dia esperando que o céu se abra em chamas, que as bolas de fogo atinjam a face da terra e que o mundo se acabe. Afinal, 06/06/06 que se preze tem que ter apocalipse. Além disso, minha vida tá muito monótona. Um Armageddom ia dar uma agitada. Se bem que o dia lá do PCC foi bem animadinho.. Se eu fosse o Marcola, tinha escolhido essa fatídica terça pros ataques. Ia ter um significado bem maior. Mas não, Marcola acredita em Deus e não faria uma coisa dessas.

Falando em coisas apocalípticas, estávamos eu e Guiga voltando da faculdade semana passada, às 11:30 da noite, quando vimos uma luz no céu. Um clarão alaranjado, como se o sol estivesse nascendo. Nossa curiosidade de wannabe-journalists e a nossa falta do que fazer nos motivou (ok, motivou a ele, que estava dirigindo o carro - eu apenas coloquei uma pilha) a seguir o clarão. E ao som de Big Wave experimentamos a incrível aventura de buscar o desconhecido. A luz era forte e caia no horizonte, e nós nos sentimos em Manhattan porque a quantidade e a altura dos prédios de Santo André City não nos permitia ver do que se tratava a porra do clarão. Mas o Gui continuou dirigindo, dirigindo, e da Metodista fomos parar na Pirelli, quase em Mauá. E nada, não dava pra ver nem fudendo. Desistimos e mesmo maravilhados pela luz, desistimos de nossa empreitada. Chegando em casa, corri para a sacada pra poder ver o que era. E vi.

E se eu contar vai perder toda a graça, como perdeu pra mim. Eu preferia não ter visto. Então não vou contar.

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E vendo a história do julgamento da Richtoffen ou seja lá como se escreve essa merda, eu fiquei pensando que o destino nos prega peças. Quero dizer, a doida conheceu o Cravinhos no parque porque o irmão dela foi brincar de aeromodelismo no parque e o Cravinhos lá também brincava disso. Se eu fosse o Andreas eu ia dormir pensando "Caralho, que que eu fui inventar moda de brincar de aviãozinho no Ibirapuera".. É meio estranho mas é de se pensar. Não?

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E um dia desses um menino lá da faculdade despertou novamente o desejo Cásper dentro de mim. Me lembrei que eu queria ter passado lá e que com certeza (?) eu teria vários amigos legais se estivesse lá, e não estaria tão perdida quanto estou na Metô. Mas se estivesse lá.. Bom, poderia estar morta. Ou aleijada. Vide história acima. Quero dizer, se não existe. Estou relativamente feliz, empregada no primeiro semestre, fazendo amigos e levando meu irmãozinho (15 anos) à Paulista que ele nunca tinha iso ("Tata, lá onde a gente vive é só um reflexo distorcido dessa incrível realidade!"). E sou feliz, quase que totalmente. Mas, voltando aos questionamentos, todo dia eu paro e olho toda essa merda na qual estou me chafurdando. Jornalismo é triste, cruel. E eu amo muito tudo isso mas não sai da minha cabeça que as chances de que eu jamais consiga trabalhar com o que eu quero são maiores do que as de eu trabalhar com que eu quero. E mesmo se eu trabalhar com o que eu quero, até onde eu estou vendo, o mercado de Jornalismo Musical no Brasil está uma lama só.. sério. Sei lá, é todo mundo meio.. mau. Evil.

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As vezes eu tento me auto avaliar e entender porque eu gosto tanto dessas músicas que ninguém conhece. Tenho um amigo que diz: "Você só gosta dessas músicas pra poder dizer que você ouve o que ninguém conhece". E eu fico com medo de essa ser a verdade. Eu nego, luto contra isso. Ainda não consegui descobrir a razão e todos os dias rezo para que ela não esteja originada numa vontade inconsciente de ser.. diferente. Indie. Porque aí eu vou ter que parar de zuar essas pessoas Indie.. Po, eu só gosto! Que culpa eu tenho se as bandas não querem ser.. mainstream ou sei lá como se chama isso. Porque Franz Ferdinand é foda e Bloc Party também, e Raconteurs também. E merda, não tenho culpa que o Lúcio falou deles semana passada. Não mesmo!

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Percebam (tem alguém aí?) que eu falei, falei e não falei nada. Mas isso é importante também, não é? Porque no fundo (nem tão fundo) eu falei várias coisas. Falei da luz, e das bandas, e do meu irmão que foi desvirginado quanto às maravilhas da terra da garoa. E isso é alguma coisa.. não é?

Ana Paula Freitas at 1:16 AM


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