domingo, setembro 09, 2007

Um sonho

Tive um sonho ontem de noite. Dormi só três horas e acordei. Mas sonhei com o Julio - alguns devem conhecer o Julio, e por coincidência amanhã é aniversário dele. Eu não sonhava com ele há anos, provavelmente. Sonhei que estávamos perto da casa dele. Tinham tiros, a gente se abaixava. Sempre tem tiros por ali nos meus sonhos com aquele lugar. Eu me lembro da padaria, me lembro da gente perto do portão e do rosto dele perto do meu, lembro até da sensação da barba mal feita contra o meu rosto, da mão dele no meu pescoço e do beijo desajeitado, até das testas se encostando depois. Não sei porque sonhei que estava beijando o Julio, pareceu bom, e quanto acordei deu saudade. Se houvesse uma trilha sonora pro sonho, seria essa música que eu tô ouvindo, Pioneer to the falls, do Interpol.

Hoje de tarde tive um sonho. Era um lugar vazio, esquisito, um clube desses pra dançar, meio vazio. A música era boa mas não era específica. A Gabi estava lá, o Marcos também estava... um cara começou a distribuir um negócio colorido e pequenininho, um comprimido, ele abriu uma gaveta e tinha centenas cara! Era de graça e tudo mais. Resolvi tomar aquilo, joguei um na boca, a Gabi também... Não sei dizer o que era, tinha gosto de AAS. Meu corpo era leve, e eu queria dançar e dançar e dançar, dançava sem música até, e no fundo eu estava mais sensível, uma espécie de tesão meio puro, porque não existia um alvo, era só um tesão. O Marcos falou pra eu assinar aquilo, que tinha como fazer uma espécie de assinatura: toda terça à noite eu receberia um igual aquele na minha casa, então poderia me sentir daquele jeito toda terça à noite, de graça. Era bom, a perspectiva era boa, a balda estava muito boa, e estava tudo tão engraçado, muito engraçado... lembro de alguém falando algo no meu ouvido...

Corta. Uma escola, pra chegar até ela uma escada enorme. Muito grande, muito alta mesmo! Eu não era matriculada e não podia freqüentar, mas eu menti, disse que era aluna então eu fui à aula. Meu pai me ligou, eu menti sobre onde estava. Não sei porquê. Depois tinha um lugar, umas ruínas. Essas ruínas já apareceram outras vezes... eu não sei explicar o que elas são, mas sempre remetem à escola e aos amigos dos outros tempos.

Sabe a sensação de que nada absolutamente faz sentido? E de que... você não sabe mais porquê? Eu tenho de tempos em tempos. Consigo contornar, preciso contornar pra viver. Mas vai e volta, eu não consigo evitar! Tem horas na semana que eu sinto que tá tudo bem, que é aquilo que é pra ser, mas se páro e penso... falta muito, faltam um monte de coisas.

Eu... na semana que vem eu vou ganhar um prêmio, um Ecosport, sabiam? E vai mudar minha vida. Porquê, vejam: eu trabalho para conseguir fazer o que tenho esperado por toda a vida. Quando ganhar o prêmio, vou vender e vou ter o dinheiro, a merda do dinheiro, pra poder fazer essas coisas que eu quero. Não vou precisar mais trabalhar. Vou largar essa merda de faculdade, essa coisa que tira meu tempo e só sabe me ensinar coisas técnicas que pouco acrescentam, e vou ver o mundo. Não é isso que importa no fim? Saber como as coisas são de verdade?

Eu queria ter presentes pras pessoas. Queria ser boa em saber exatamente o que elas querem e poder dar isso pra elas. Queria que essa fosse minha principal habilidade: saber exatamente do que as pessoas precisam e poder dar isso pra elas! Sem que elas me digam. Em todos os setores: em casa, no trabalho, com os caras e com os amigos. Ah, os amigos.

Eu queria que eu fosse mais transparente, ou queria não ser tão transparente assim? Eu nunca sei... acho que eu queria saber dosar a transparência nas horas certas. Tipo a porcentagem de opacidade das camadas do Photoshop. Como se fosse possível ajustar, diante das situações. Queria saber como agir - quando ser fria fria fria e quanto ser quente. Queria que as coisas não tivessem acontecido como aconteceram, coisas bestas mas que tiveram um peso enorme, enorme. Queria não culpar coisas que aconteceram pelos meur problemas atuais: assim fica fácil não querer resolvê-los.

Queria que meus momentos de felicidade e contentamento absoluto durassem mais que 8 horas por semana. Mas alguns diriam que isso é mais do que suficiente... Queria parar de acreditar em medicina, em ciência, em saúde. Em céu e inferno, queria poder comprar Heroína na farmácia, esquentar a colher e preparar a seringa - seria a melhor hora, preparar a seringa. Eu adoro antecipação - é de antecipação que eu vivo, a ansiedade. Pelo bom e pelo ruim. Todas as antecipações são intensas pra mim. Queria fumar 3 maços de cigarro por dia, queria ler 2 livros por semana e queria que cada um deles me dissesse algo que eu não fosse capaz de descobrir sozinha, queria poder dormir 8 horinhas, todas as noites - e queria que elas fossem frias, as noites, e queria sonhar a noite inteira, inteira, mas me lembrar só das sensações. Eu sempre me lembro bem das sensações dos sonhos - sempre os toques e os cheiros. As cores. É o que me marca nos sonhos. Sempre. Queria poucos números na vida, queria a porra-louquice plena, queria um pouquinho mais de cor, eu sempre acho que falta cor... adoro vermelho. Eu sempre gostei de vermelho sangue, é a melhor de todas as cores...

Tinha um outro lugar, não tinha? Algum outro lugar mais legal, pra eu escolher ir, tinha que ter. Bem diferente de tudo isso, aposto que tinha, eu aposto... deve haver algum motivo pelo qual eu escolhi esse. Deve haver.

Ana Paula Freitas at 7:38 PM


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terça-feira, setembro 04, 2007

O Luciferianismo

Eu sei que não é uma hora boa pra postagem, porque eu deveria estar na aula. Mas eu sempre chego meio tarde de terça, e a aula não é encorajadora sabe? Teorias políticas, quer dizer, seria encorajadora caso a professora passasse o conteúdo de forma interessante, e ela é tão chata que nunca me motiva. De maneira que eu mato toda primeira aula de terça e, pra ser sincera, não sei nem do que se trata a matéria. Eu tô um pouco relaxada esse semestre; mais do que os outros, pela falta de tempo. Não que justifique, mas assim, tem milhares de coisas pra fazer, milhares mesmo, e ninguém do meu grupo começou nenhuma. Eu já deveria ter tomado as rédeas da coisa, ido atrás, botado as caras como sempre faço, mas to adiando sabe? Pq passo a semana inteira trabalhando TANTO que no fim de semana não quero saber de coisas da faculdade... o que vai ter que mudar em breve, se eu não quiser pegar uma DP ou bombar, e eu não quero. Aliás, eu quase nunca penso nessa possibilidade, visto que nunca estive DE FATO muito perto dela. E porra, acabo de me lembrar que amanhã eu GRAVO uma reportagem de rádio, pra qual não tenho texto nem sonora pronta. Quer dizer, as sonoras tão prontas, mas não tão nem editadas, e não vou ter tempo pra fazer amanhã a tarde pq tô MUITO atolada de trabalho. Muito.

Mas agora, o que moticou a postar isso aqui. Estava 'de bobeira', ao matar essa aula chatíssima, e aí sentei aqui no lab da faculdade pra olhar e-mail, imprimir boleto do pagamento, essas coisas. Aí me sentei e vi que o cara do lado tava escrevendo no blog dele e fazendo uma pesquisa na Wikipedia pra isso. Ele é estranho; usa uma roupa militar (camuflada) e uma bandana preta na cabeça, e eu tô tentanto ver o resto da roupa discretamente, mas não consigo. Enfim. Dei uma espiada pra ver qual o assunto que ele pesquisa na Wikipedia e pego um trecho, de canto de olho: "...o Luciferianismo..."

Ooops. Aí tento, discretamente, dar uma olhada no post dele. A primeira linha: "Lúcifer é o Senhor..."

Shite. Tô curiosa. Vou esperar ele postar e jogar a frase entre aspas no Google. Quer dizer, o cara é Satanista. Anticristo. Acho, pq não significa nada ele estar escrevendo isso no blog, significa? Enfim, o mais curioso é que nesse preciso momento ele digita tão freneticamente quanto eu, 50 cm na minha direita, e não faz idéia que eu estou fazendo um post sobre ele ao meu lado.

Sabe a perspectiva mais preocupante? A de que tenha de fato percebido e agora tenha mudado o assunto do post, migrando para 'como as pessioas são enxeridas' e dissertando sobre o fato de uma garota bem estranha estar escrevendo sobre ele no blog.

De certa forma, sinto um certo medo de que ele peça a Lúcifer que me castigue - pela blasfêmia contra o próprio Lúcifer e pela blasfêmia contra um seguidor dele. Mas, sinceramente, acho isso bem improvável, de maneira que continuo tentando dar mais uma olhada discreta pra ver a quantas anda o post dele. Ele usa o al+tab freneticamente, alternando entre a janela da Wikipedia e uma semelhante a essa aqui na qual eu escrevo, e eu olhei de novo... consegui pegar só "..., um Deus", assim, com letra maiúscula. No segundo parágrafo. Não dá mais, vai ficar muito explícito se eu continuar espiando... quer dizer, talvez ele esteja tão entretido em sua adoração/pregação que não perceba meu interesse... peguei mais um pedaço, agora, que não diz muita coisa então não vou transcrever.

Mais algumas palavra... "...culto solar...", ele alterna pro Google no alt+tab e fica mais atento, não posso olhar... um site com fundo preto está na tela. Será que tá rolando uma pesquisa?

"...através do sono." Ele alterna de novo pro Google, e eu começo a cansar da brincadeira.

"...como uma divindade solar..."

Desisto.

Editado: droga, é divertido. "Deus é alienação", é o título de uma das páginas na qual ele está pesquisando... Vou ficar por aqui, pegando trechos aqui e ali enquanto visito outros sites..:

"Niilismo", na Wikipedia...

"Referências Nietzchianas", idem (nunca sei escreve Nietzche)

Ok, agora já deu. Eu... e eu aqui, visitando sites de Harry Potter. Tsc tsc.

Ana Paula Freitas at 8:16 PM


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quarta-feira, agosto 22, 2007

Não sei como chamar esse post

Escrevendo no trabalho, pra tentar postar daqui (de um proxy, porque aqui no trabalho não acessa nada que contenha a palavra 'blog') ou da faculdade, quando chegar lá. Ou de casa, caso eu queira ir à aula mesmo e não possa ir até o laboratório postar. Enfim.

Hoje eu decidi que será meu dia de folga. Sim, tenho trabalho a fazer; é uma tradução do Francês, Titi et Grosminet, ou seja, Piu-piu e Frajola, uma revista de atividades; challenging. Mas minha chefe legal (mesmo, sem ironia) setou o prazo pra segunda ou terça, e mesmo sendo Francês (não manjo muito), em um dia de trabalho intenso eu termino. E como tenho trabalhado como louca, sem tempo pra porra nenhuma, decidi que hoje não cansaria minha cabecinha no trampo, a não ser que for realmente necessário (emergências e coisas de última hora aparecem aqui a todo momento. Thrilling.)

Logo, passarei o dia escrevendo e resolvi começar pelo blog, porque tive muitas idéias de coisas pra comentar aqui. Primeiro, gostaria de informar aos fiéis leitores que minha câmera está de volta. Sim, ela foi consertada sem nenhum custo adicional (ok, paguei o sedex até a assistência técnica, ida e volta, mas nada é perfeito). Não deu tempo de utilizá-la muito (OH NO NO KIDDING! Eu? Sem tempo? Bah!), mas liguei e ela tava funcionando. E desliguei e liguei e ela tava funcionando. Bom sinal, eu acho.

Ontem, no trem, um senhor caiu no vão. Acontece quase sempre, na realidade. Sabem, eu não ligo de pegar trem. Me divirto astante, prestando atenção nas pessoas completamente diferentes que passam por ele, as vezes pegando trechos de conversa curiosos, as vezes participando de papos animados com velhinhos empolgados. O que fode em pegar trem é que é muito lotado. E as pessoas literalmente matam pra conseguir um assento, porque enfim, derrubam pessoas no gap entre o trem e a plataforma, e indiretamente isso é matar, não? Quer dizer, se não tiverem outros pra tirar a pessoa de lá (sempre tem quem puxa, claro, as pessoas não são tão ruins assim), ela morreria, em tese, pq o trem partiria e ela estaria ali... enfim. É muito cheio pra embarcar e pra sair do trem; é muito cheio dentro do trem, e ele não tem janelas (NÃO!), e as vezes o maquinista sádico não liga a ventilação, e tá 13 graus lá fora mas dentro do trem tá 32, um cheiro nojento que parece de Cheetos. Não sei se alguém pega trem, mas o trem que eu pego todo dia em Santo André tem um cheiro permanente de Cheetos. E não é uma piada. Eu odeio Cheetos, à propóstio. Sempre odiei, mesmo antes de conhecer o trem que fedia como ele.

Aí, no trem, tinha uma mulher lendo O Segredo. A tal lei da atração. A essa altura todo mundo sabe do que se trata. Acho que falei disso no tópico anterior né? Não lembro. Bom, então vou dar uma pincelada: tipo, esse negócio de lei da atração não é novidade pra mim, na verdade até esse negócio estourar eu achava que era óbvio pras pessoas que pensamentos bons atraem coisas boas. Mas não é, me parece, é que na minha casa e na minha criação sempre foi tão natural pensar assim que eu achei que fosse óbvio. É que minha mãe é budista e isso é bastante parecido com alguns princípios do budismo.

Bom, a mulher tava lendo, sabe? E eu ando muito sentimental. Tava na TPM semana passada, ai chorei por um monte de coisas estúpidas, mas de fato não estou mais na TPM, e continuo chorando. Acho que só estou mais sensível. Tipo, permanentemente. Tem umas coisas que tem me emocionado, geralmente relacionadas ao fato desse país não dar condições pras pessoas viverem com dignidade. Então a mulher estar lendo o livro me afetou bastante, tanto quanto ver uma filha gigantesca todos os dias na lotérica pra mega-sena ou ver um monte estranho de um cobertor tosco na calçada muito suja da barra funda e descobrir que tinha alguém embaixo dele. Ver que essas pessoas tão desesperadas, que elas ainda sonham sair dessa merda (o caso da lotérica e da mulher lendo O Segredo), e saber que delas, quase ninguém vai conseguir. Se alguém conseguir.

Eu vejo muita coisa por aí. Muita coisa fotografável, quero dizer. Mas não tenho coragem de tirar foto de desgraça. Sabe porque? Porque a impressão que me dá é que aquilo é sadismo... é tipo falta de respeito. Teria dado uma foto maravilhosa (merda, que ironia) o senhor infeliz dormindo entre o lixo que eu vi hoje na calçada. A câmera tava na mochila e eu hesitei, quase peguei. Mas não consegui. Seria como... como dizer que estou vendo e não estou fazendo nada. Se eu tirar a foto, fica impossível ser indiferente sabe? Porque ali está a prova que eu vi e inclusive me comoveu, pq eu registrei. Mas porque, então, não fiz nada a respeito? Então talvez por isso eu não tire as fotos. Sou uma hipócrita.

É um comportamente absolutamente imaturo, se me perguntarem. Mas não sei se é exatamente isso que me incomoda sobre tirar fotos dessas situações, é só como eu avalio o incômodo que sinto, a sensação de voyeur cruel. Tenho admiração (mesmo) pelos fotógrafos profissionais, que conseguem afastar esses conceitos e fazer fotos de coisas muuuito piores.

Falando em imaturidade, quando eu era menor, achava que eu viraria adulta quando dirigisse e tivesse vários cartões na carteira. Pessoal, venho comunicar que essa data chegou. Adquiri minha carteira de motorista em fevereiro e atualmente já acumulo uma bagagem razoável de trânsito, além do que meus cartões atingiram uma quantidade satisfatória, equivalente a um adulto de verdade, daquele sérios e bem-sucedidos.

Ah, se fosse tão fácil. 19 anos; trabalho, estudo, pago algumas das minhas contas. Compro minhas próprias coisas; nos dias dos pais e das mães, vou lá e compro presente no cartão de crédito, divido em 5 sem juros e fico feliz. Se preciso sair e o carro está disponível, pego a chave e vou. Aviso minha mãe aonde vou e com quem vou por respeito, mas ela jamais faz objeção. Me interesso por parceiros (do sexo oposto, no caso) e me relaciono (ou não, às vezes) com eles. É isso que é ser adulta né? Falta alguma coisa? Porque o tempo todo eu me sinto no auge (auge!) da minha adolescência. E às vezes me sinto bem criança. Parafraseando JK Rowling, I have the emotional range of a teaspoon. Tipo, sou mto boa pra entender as pessoas e a maneira como elas se sentem quando estão ao redor de mim; mas, se eu estiver no meio, é uma desgraça. Pareço uma menina de 13 quando se trata da arte da conquista. E nem é nisso que eu me sinto mais criança, não. Tem muitas situações.



Fico por aqui! Parece que me empolguei, hoje. Espero que o texto esteja, tipo, divertido o suficiente pra chegar até aqui. Eu ia falar do meu celular novo, de como passei de uma caipira pra uma tec freak, mas dane-se, guardo pro próximo post. Também ia falar de como me entristece abrir minha caixa de e-mails e não ver nenhum novo, quero dizer, nenhum novo pra mim, mesmo. Daqueles que um amigo escreve pra contar merdas ou falar as novidades. Adoro esses emails. Eles vêm, às vezes, mas queria mais freqüência. Sou carente. Viram como sou imatura emocionalmente?

De qualquer forma, me mandem emails legaizinhos. Minha TPM agradece! Ah, preciso falar também da TPM, no próximo post. Só uma prévia: chorei como uma louca, no trem, diante da constatação que minha vida era muito ruim, e no fim do dia, saindo do trabalho, chorei de alegria porque o random do MP3 começou a tocar a música que eu adoro do Tokyo Police Club. Semana que vem tem mais.

Ana Paula Freitas at 9:52 PM


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sábado, agosto 04, 2007

A minha zica com aparelhos eletrônicos: the quest

Certamente alguns de você já ouviram falar na teoria de que a energia/frequência do corpo humano podem afetar o funcionamento de aparelhos eletrônicos, até interferir neles. Isso pode ter um fundo de verdade: lembra quando a TV chuviscava e o problema era prontamente interrompido se você encostasse nela (aparentemente é possível servir como antena)? ou então, a história que me contou o técnico de um trabalho anterior, que dizia que uma moça travava todos os computadores pelo qual passava (essa é lenda urbana, quase história de terror pra contar em volta da fogueira).

Verdade ou mito, estou aqui para contar minha breve história de problemas com tecnologia/aparelhos eletrônicos. Sou fã de tecnologia. Adoro. O que significa que posso estar mais suscetível a esses problemas, já que adquiro mais equipamentos... errado. Aposto que a maioria das pessoas tem mais coisas tecnológicas que eu.

O grande problema começou mesmo com o meu primeiro computador decente, um Athlon XP 1.8, 512 RAM DDR e 80 GB de HD. Ok. Isso em 2003 era uma bela configuração para alguém que só entrava no ICQ e usava Fireworks, Flash e Dreamweaver (conseguia manter os três abertos ao mesmo tempo!). Meu recém-adquirido PC também lia DVDs. Não comprei o gravador porque ele ainda custava uns 800,00 na época.

Com DOIS dias de uso, meu irmão inseriu no drive um CD de procedência duvidosa. Uma versão pirata de The Sims. A mídia (Dr. Hank, aliás) explodiu dentro do drive, deixando partículas quase invisíveis de película de CD por todo o compartimento. Por sorte, a garantia da loja cobria hardware e eles abriram o drive e retiraram os pedacinhos. Com pinça. Perdi a garantia da LG, though. Até hje dá pra ver pedacinhos brilhantes quando abro a bandeja.

Nesse meio tempo, comprei uma câmera digital no Submarino. Ela nunca me deu grandes problemas (hoje em dia sim, o visor apaga toda hora, o intervalo de uma foto entre outra e o tempo pra bater a foto é um absurdo, mas enfim). Ainda assim, se mostrou uma péssima compra, pela qualidade da cam e o preço que eu paguei (não quero falar sobre isso).

Dois anos depois: em 2004, ganhei dos meus avós um CD player que tocava MP3. Ok. Na época já existiam MP3 players. Mas ainda eram muito caros e armazenavam pouca música. Preferi um CD player, nas Casas Bahia, onde minha vó poderia parcelar em tipo muitas vezes e não pesaria no bolso de aposentada-sem-reajuste-há-12-anos dela.

Após aproximadamente 6 semanas de uso, os botões começaram a apresentar problemas. Era como se o sensor que recebesse os sinais dos botões estivesse com problema: o botão de volume trocava de música, o play abaixava o volume e por aí vai.

Assistência técnica. Três semanas depois, produto de volta, 'resolvido'. Em dois dias, o problema apareceu. Não vour elatar a saga - só explico que enviei o prosuto de volta à assistência técnica 4 vezes, reclamei no serviço do Estadão que dá suporte a esse tipo de problema com o consumidor e NÃO OBTIVE SUCESSO. Cansei da canseira (hehe) e encostei o Discman.

2005/2006. Meu celular já está velho. Ultrapassado. Minha mãe, num ato de extrema bondade e generosidade, resolve me presentear com um novo apaprelho. Escolhi um Motorola bonitinho, com uma câmera razoável pra época. VGA, mas dava pra brincar, sabe? 3 meses depois, a câmera pára de funcionar. Procuro a nota fiscal para levar na assistência técnica: não tem. Minha mãe não guardou. Quando sobra tempo, vou à loja em que comprei e peço segunda via de nota fiscal. Uma, duas, três semanas... Ligo lá e informam que já está pronta. Uma semana, vou buscar... Não está lá. Perderam.

Outra requisição de sgeunda via, mais três semanas. Puta da vida, entro na loja, pego a nota, dobro e enfio no bolso. Umas duas semanas depois, assistência técnica da Motorola... "Moça, aqui está a nota..."

- Essa não é a nota do aparelho.

MERDA. A nota era do aparelho do meu irmão. O FILHO DA PUTA que fez a requisição se enganou, a compra dos dois foi no mesmo dia. Desisti, encostei o aparelho e comprei outro. Desbloqueado, pelo Submarino. Nunca chegou a dar grandes problemas (ele desliga sozinho às vezes, e dá problemas fudidos de rede que eu tenho certeza que são do aparelho, mas tirando isso, funciona).

2006! No fim do ano, resolvo que preciso de um MP3 player. Na 25 de Março, compro um MP4 fake, que pára de funcionar cerca de 3 dias depois do fim da garantia de 3 meses.

2007! Arrumo um emprego novo e, com o aumento de salário, decido que já é possível comprar uma câmera digital nova - algo que eu queria há muito tempo, um aparelho bom e básico que me permitisse aprender fotografia. Pela internet, fecho a compra na quarta-feira de uma Canon a530, ótima câmera pelos reviews que li. Com ela, tripé, bolsa, carregador e pilhas, cartão de 1gb - o kit completo. Até compro um guia bem legal de fotografia digital na banquinha. Não, não é daqueles ruins. É bem legal.

A câmera quebra. Puff. Aproximadamente 24 horas depois de eu ligá-la pela primeira vez. Aparentemente, é um defeito no CCD, ou seja, é como se tivesse algo escuro na frente da lente. O visor funciona, aparecem as coisas na tela, ele só não mostra a imagem que está na frente da lente. O defeito é comum em muitos modelos anterioes, mas não há RELATOS no Google do problema ter acontecido com o meu modelo.

Tem mais uma história, e essa é provavelmente a mais longa, e ela acontece num período muito grande então vou resumir: me mudei e, por motivos de junção de famílias, nossa nova casa tinha 3 PCs. Solução: uma rede wi-fi, claro! Minha mãe contratou uns VIADOS que cobraram os olhos da cara para instalar um roteadorzinho de merda e 3 placas de rede sem fio.

Pois bem. O roteador não alcançava o meu quarto, que fica a 2 metros de distância (no corredor) do lugar onde o roteador estava... Eu fiz DE TUDO pra arrumar. Eu juro. E eu passei um ano sem internet em casa. UM ANO! Sempre que queria usar, tinha de pedir pro meu irmão, e era uma briga a cada 2 horas. Chegou a ficar insustentável - minha mãe fazia o que podia mas nada resolvia, eu ficava puta porque não resolvia e fazia o que podia mas não resolvia, meu irmão ficava fudido porque eu estava usando o computador dele...

Gente, pelo amor de Deus. Agora vocês acreditam que as pessoas podem interferir no funcionamento de aparelhos eletrônicos? Devo me benzer? E que tipo de pessoa benzeria você pra esse tipo de problema... O Steve Jobs? Eu tô pra trocar de celular e, juro, tô com medo de ir retirá-lo na loja. Fora o Ipod que encomendei... não tem garantia no Brasil, e é óbvio que ele vai dar algum problema. Tenho feito bolões mentais. Tipo, procuro na internet todos os problemas possíveis daquele aparelho e faço apostas de qual deles vai acontecer comigo.

Normalmente é algum novo, misterioso e não-identificável, é claro.

PS.: Valeu pelos welcomes back.

Ana Paula Freitas at 12:23 PM


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sábado, julho 28, 2007

3 meeeses

Ultimamente tenho tido uma vontade recorrente de escrever aqui! Acho que o grande intervalo sem postar me deu assunto suficiente pra, digamos, umas oito páginas de post. Portanto, recoste-se em sua poltrona, acenda seu cigarro e vamos lá! Dããr.

Tenho passado por várias coisas aventurescas que dariam belax reflexões divertidas à-là-Hornby pro blog, mas é que no meu TRABALHO NOVO (UUUHH) não dá pra postar em blog. Não dá pra entrar em blog, anyway. Então eu acabo esquecendo de postar quando chego em casa. Mas tenho visto muitas coisas engraçadas, porque agora todo dia ando de transporte público na cidade de São Paulo, trem + metro, e vejo centenas de pessoas esquisitas e normais, mas todas bem diferentes, e passar por elas e imaginar quem elas são, porque se vestem daquele jeito, o que estão pensando etc me fascina e me entretém por todo o caminho. Tenho escutado bastante música, que acaba servindo como uma trilha sonora bem apropriada pra minha observação dessas pessoas. E todo o caminho de ida e volta pro trabalho é uma diversão.. até onde ir pro trabalho pode se ruma diversão.

Consegui um emprego numa editora e estou realmente feliz. Escrevo e traduzo textos pra revistas licensiadas, de filmes, séries, desenhos e essas coisas. O trabalho me agrada mesmo, as pessoas são legais, o ambiente é tranqüilo e finalmente vou poder guardar grana pra poder viajar. Na realidade, embora eu ainda tenha intenção de ir pro UK, cada vez mais tenho certeza que quero ir pra vários lugares e não pra um só... Me estabelecer em Londres, trabalhar e estudar, por mais tentador que possa ser, não corresponde àquilo que eu busco nessa viagem. A idéia é ir pra muitos lugares... conhecer as pessoas diferentes no mundo inteiro. Aprender a ser sozinha - a não ser que eu arranje algum doido/a que tope o esquema, também. Sei lá.

Tenho lido bastante, o que me deixa feliz. Não é prepotência, mas é que às vezes eu sinto como se meu texto não pudesse evoluir mais. Não é que eu me acho muito boa, só que eu cheguei no meu limite, seja lá qual ele for. E isso não me deixa feliz mas, sinceramente, acho que só lendo mesmo. Pra quem lia um livro do Pedro Bandeira por semana quando tava na sexta série, minha performance caiu consideravelmente...

Li também o último volume de Harry Potter. Não, meio que devorei; e achei realmente incrível, embora o epílogo seja fraquinho. No conjunto da obra, entretanto, gostei de tudo e tal. Mesmo. E quero reler, o que devo fazer hoje, já que Harry Potter 7 não é exatament eum pocket book e com os tren cheios e sem lugares, não dá MESMO pra ficar lendo Harry Potter neles.

Ontem fui no show do Rakes e foi bem legal - não valia 50 reais, mas eu fui de graça então o saldo final foi positivo. Uma vez li um livrinho engraçado, Manual do Paulistano Moderno e Descolado, uma sátira da classe média alta moderna paulistana - oes estudantes de comunicação e artes, pessoal da imprensa, os pseudo-intelectuais. Só que li oi livro meio naquelas, quer dizer, entendi o que o cara quis dizer, mas não por experiência própria (exceto por uma festa de aniversário há tipo 6 anos, de um jornalista amigo do meu pai, que foi no consulado britânico e era cheio dessas pessoas, mas ainda eu não conseguia entender muito bem o que era aquilo). Bom, ontem no Funchal foi um festival dessas pessoinhas - rodinhas descoladas de gente super moderna falando das últimas viagens à Europa e à NY e... ignorando com veemência as bandas no palco, quer dizer, elas vão pra fazer SOCIAL e não pra ouvir a música. It's all about status. Eles só não percebem que são tão fúteis quanto eles gostariam de não ser.. argh.

Um pouco antes das férias fui numa rave com uns amigos ravers. E um lugar desses poder merecer várias críticas, mas algumas coisas são LOUVÁVEIS: ninguém vai lá pra fazer social, pra ficar bonitinho e descolado entre os amiguinhos. As pessoas estão lá pra reverenciar a música - ela é a atração principal, it's all about music, ninguém se importa com nada (é tipo dance like nobodys wathcing mesmo), as pessoas de tribos diferentes realmente se respeitam... E, bem, é meio um mundo à parte. Não, não virei uma mina do trance... iria de novo, mas só caso fosse de graça (de novo). É divertido, acho, mas só uma vez na vida outra na morte. E o rocknroll ainda é o que gets me going. :)

Abraços e desculpem esses posts biográficos, sem reflexões bizarras, mas tava numa pegada de contar o que aconteceu de diferente. Volto logo... ou não.

PS.: Depois de tanto tempo sem postar, será que alguém ainda entra aqui?

Ana Paula Freitas at 2:28 PM


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domingo, maio 06, 2007

Um motivo, um só

Eu não consigo conviver de forma harmoniosa com a consciência de que existe algo a ser feito. Eu enumero minhas obrigações e não consigo prosseguir se não tiver resolvido aquilo que está pendente. É por isso que vim até aqui hoje; como se fosse possível vir até aqui.

Descobri que essas coisas, esses textos, eles são frutos da necessidade. Dãr, óbvio. I mean, só dá pra vir escrever quando é realmente necessário. Quando eu realmente preciso colocar pra fora alguma coisa que tá na minha cabeça, essas coisas. E se você fizer tipo um gráfico, comparando minha freqüência de textos com meu contentamento em relação às minhas amizades, verá que quanto mais feliz estou, menos escrevo.

Logo, coloquemos assim: já que nos últimos tempos, 6 meses, tenho convivido com as companhias mais legais possíveis, e dá pra falar de tudo com elas - caralho, dá pra falar de lost e do harry potter, de inveja e de ódio, de sentimentos bizarros, e de putarias absurdas, e de noites cheias de drogas ou sei lá, de qualquer coisa -, então eu não preciso vir aqui e tentar escrever pra entender como eu me sinto. Tipo, é como se com eles fosse mais fácil sabe? É tudo tão difícil, é tão difícil viver pro fim-de-semana, eu vivo prum eterno fim de semana. No literal e no figurado, minha vida chata faz com que durante a semana eu deseje o sábado e o domingo e viva pra eles, e num panorama maior, faz com que eu veja O GRANDE FIM-DE-SEMANA lá na frente. Sabe, aquele, bem longe...

Eu decidi que... não decidi nada! E é impressionante como, puta merda, a música ajuda a gente a agüentar. Não quero me repetir, mas eu sempre me repito é normal. EU olho minha vida e vejo que as coisas a que eu me agarro pra viver são tão frágeis, umas felicidades idiotas e passageiras, sabe? Mas... droga, talvez seja isso mesmo né? Ir pegando uma coisa aqui, outra ali... É tipo evite a ressaca, mantenha-se bêbado: evite a infelicidade, mantenha-se fazendo pequenas coisas que te deixem feliz. Alguém ainda acredita em ser feliz?

E no fundo, ainda bem que eu sou sei lá, compreensiva e paciente. E vou viver, daqui pra frente, me empenhando para falar frases de efeito. Sabe, aquelas coisas que a gente diz/escreve que fazem todo o sentido, que as pessoas repetem pras outras em segredo, ou põem no nick? Frases desse tipo.

Ana Paula Freitas at 11:13 PM


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domingo, abril 01, 2007

A trilha sonora do céu

Se o rabino, PUTA MERDA, O RABINO, rouba gravatas e não consegue explicar PORQUE, e os aeroportos do país são todos FECHADOS e NOBODY GIVES A DAMN, então o que há de errado comigo?

Nada, claro.

Estou cogitando seriamente parar de escrever aqui, porque tem soado como uma obrigação. Eu não tenho tido o feeling, talvez porque tenho escrito muito na faculdade então minhas capacidades... como, hum, escritora, estejam sendo totalmente utilizadas nos deveres acadêmicos. Ou talvez porque eu tenha perdido a sensibilidade pras coisas legais de escrever, é uma possibilidade, certo?
Tenho feito muitas coisas dignas de... sei lá, tenho vivido os melhores momentos da minha vida. E ontem rolou um negócio meio de filme, pela maneira como aconteceu. Eu disse pra Marina que eu estava perdida, que não sabia o que seria de mim. Eu tava na porta do Black Label, numa situação deplorável, quero dizer, de ebriedade. Não interessa como, mas eu tava. E ela me disse que não. Que eu tava enganada, que eu precisava rever meus conceitos. Que a perdida não era eu.

Entendo então que minha vida é a eterna luta entre o fazer algo que está enraigado como errado e arrumar meios racionais de justificar esse algo. Nem tudo que a sociedade condena está essencialmente errado. O que é errado? Não, não sou homossexual. O que acontece é que... por mais que eu tente, eu sempre terei a consciência pesada por fazer coisas que sempre me disseram que eram erradas.

Quando é que eu vou conseguir fazer as coisas sem pensar que estou.. pecando ou que é super errado e decadentemente moral? Percebo que pra um montão de coisas não sou muito madura. Na verdade sou até um pouco irresponsável em alguns aspectos. Mas todo mundo é não é? A gente não amadurece de uma vez. Sei lá, tem aspectos da vida com os quais a gente sabe lidar melhor, outros não. As pessoas cobram, sabe. Amadurecimento. Precoce, de preferência. Aí eu não sei o que acontece. O efeito é esse: essa mulecada pagodeira fútil idiota, de corrente de semente no pescoço, que aos quinze pega o carro da vó e dá perda total (história verídica ok).

Eu não acredito em mais nada. Não acredito no povo brasileiro, nem no Brasil, não acredito que seja possível mudar qualquer coisa. Sou a geração cansada de tentar sem ter tentado. Meu professor que disse isso, god bless him the man is hot.

Como toda vez em que escrevo um post, imagino final dele como o final de um filme no qual tomadas do dia-a-dia são mostradas pra dar a idéia de que apesar de tudo, e com tudo, e por causa de tudo, a vida continua, quase sempre. A vida sempre encontra meios, cara, não é fascinante? A natureza, não importa o que o homem faça, ela vai encontrar um jeito de se sobressair. Em todo lugar tem um ser vivo, você pode asfaltar e colocar prédios, mas se olhar mais perto vai ver uma carreira de formigas. Pode destruir tudo e modificar tudo, mas aí vai abrir o armário e vai encontrar uns carunchos no feijão (argh). Ou então você pode criar redes que canalizem todo o lixo que o ser-humano produz e lá estará a barata, o rato, que sobrevive desse lixo. Falando nisso, saiu o resultado do meu exame de alergia e eu tenho alergia a... baratas. Que tipo de pessoa tem alergia a baratas? Quero dizer, então eu tenho que parar de comer baratas?

E a vida sempre continua, ela tem os altos e baixos, e como tem baixos, cara - mas os altos, tão curtos e raros, talvez (e só talvez) compensem os baixos.
Eu juro, juro, que esse post todo sem-nexo é culpa do Jeff Buckley. E eu não tô exagerando quando digo que ele é um gênio. Tipo um cara que não era desse mundo, a música dele não é daqui cara. É algo meio... divino. É a trilha sonora do céu.

Ana Paula Freitas at 1:33 AM